04/02/2021 às 10h20min - Atualizada em 04/02/2021 às 10h20min

Aluno da Escola de Música ganha prêmio internacional

Estudante, que concorreu com representantes de quase 50 países, afirma que deve sua alfabetização musical ao ensino gratuito do GDF

Bruno Macedo: “É difícil mensurar a contribuição da Escola de Música na minha vida; é muito grande” | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Foram 24 anos de autoaprendizado e três de formação técnica até que o professor de Matemática Bruno Macedo, 35 anos, se sentisse confiante em disputar um concurso internacional de música. Incentivado por seu professor, ensaiou e gravou em vídeo uma canção de 11 minutos ininterruptos no violão erudito, sem cortes nem leitura de partitura.

O suporte e a dedicação do aluno da Escola de Música de Brasília (EMB) renderam a ele uma medalha e o terceiro lugar no Canadian International Music Competition 2020 – concurso realizado no Canadá –, no qual Bruno recebeu o título de Rising Star (na tradução literal, estrela em ascensão). A música escolhida foi a Sonatina Op. 71 nº 1, peça em três movimentos, de autoria do violoncelista, violonista e compositor italiano do século 19 Mauro Giuliani.

“É difícil mensurar a contribuição da Escola de Música na minha vida; é muito grande”, afirma Bruno Macedo. “Mas posso dizer que fui alfabetizado musicalmente e aprendi a ler partituras, coisa que não sabia”. Ainda criança, quando aprendeu a tocar violão com o pai, ele comprava revistinhas para aprender novas músicas e tentou diversas vezes uma vaga por sorteio na instituição.

Bruno não está só na conquista. Também aluno da EMB, instituição gratuita gerida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), o jovem Breno Alves de Souza, em 2020, ano de pandemia e aulas não presenciais, foi medalhista em concursos na Finlândia, no Peru e em Singapura.

Estrutura de ensino

Localizada na 602 Sul, a EMB é a maior escola do país em estrutura pedagógica – e uma das maiores em espaço. “Já formamos músicos profissionais, como Hamilton de Holanda e Ney Matogrosso, entre outros tantos espalhados pelo mundo em conceituadas orquestras sinfônicas e filarmônicas”, conta o diretor da escola, Davson de Souza. Desde março de 2020, as aulas presenciais de quase 3 mil alunos passaram a ser on-line, atendendo às determinações de segurança sanitárias decretadas pelo GDF.

“Já formamos músicos profissionais, como Hamilton de Holanda e Ney Matogrosso”Davson de Souza, diretor da EMB

Em março deste ano, mais um semestre letivo será iniciado, com cerca de 600 novos alunos em cursos de educação profissional e técnica em 35 instrumentos musicais, regência e cantos lírico e popular. Nesta semana, foram abertas inscrições para o 42º Curso Internacional de Verão, que terá aulas virtuais do dia 22 deste mês a 6 de março. Tudo gratuito, conforme o padrão de uma boa escola do GDF.

Em cursos semestrais mais concorridos, como o de piano, violino e canto popular, é preciso ter conhecimento prévio para concorrer a uma vaga. Em outros, como os de instrumentos de sopro – como oboé, trombone e tuba –, é possível começar do zero. “A intenção é formar profissionais qualificados para ensinar a outras pessoas”, explica o chefe da secretaria da EMB, Alessandro Alcantara.


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