Após ter sido excluído da reunião ministerial convocada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta terça-feira (9/2), o vice-presidente, Hamilton Mourão, também não compareceu ao lançamento do programa Adote um Parque, nesta tarde, voltado à proteção ambiental de parques nacionais.
Na primeira fase do projeto (leia mais abaixo), o foco estará nas 132 unidades de conservação federais da Amazônia. Mourão é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal e era esperado na cerimônia, no Palácio do Planalto.
Após o evento, o vice-presidente foi questionado por jornalistas, na saída de seu gabinete, sobre sua ausência. O general disse que estava trabalhando.
“Eu estava trabalhando aqui. Tinha outras coisas pra fazer”, declarou Mourão, ressaltando que foi, sim, convidado para o evento ao contrário da reunião ministerial de Bolsonaro.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também foi questionado sobre a ausência do vice na cerimônia.
“Isso é uma iniciativa de todo governo federal, tanto que vários ministros estão presentes, parlamentares, enfim, que une inclusive os governos estaduais. Então a ideia é aglutinar o máximo de esforços de todos”, afirmou Salles.
Na manhã desta terça, o presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião com 22 ministros de seu governo e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O encontro não estava previsto inicialmente na agenda do chefe do Executivo federal. O único ministro ausente foi o das Comunicações, Fábio Faria, que está em missão internacional na China.
A reunião desta terça foi a segunda realizada em 2021 sem a presença de Mourão. Na primeira do ano, em 6 de janeiro, o vice ainda cumpria isolamento depois de ter sido diagnosticado com Covid-19.
“Não, não fui convidado, não fui chamado. Então, acredito que o presidente julgou que era desnecessária a minha presença. Só isso”, disse o general no início da tarde desta terça.
Questionado novamente sobre o assunto nesta noite, Mourão disse que acredita que o tema da reunião não envolvia o gabinete da vice-Presidência e, por este motivo, Bolsonaro não o chamou. “É normal”, garantiu. “Sem problemas.”
Durante a cerimônia de lançamento do programa, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto para permitir que pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, possam doar bens e serviços para contribuir com a proteção ambiental em parques nacionais.
Inicialmente, é esperado um montante de R$ 3,2 bilhões ao ano para contribuições nacionais.
A rede de supermercados Carrefour está envolvida na causa. Segundo o Ministério do Meio ambiente, o investimento, assim que o contrato for celebrado, deve ser de R$ 3,8 milhões.
Na primeira fase do programa, o foco estará nas 132 unidades de conservação federais na Amazônia Legal. Os parques ocupam 15% do bioma, o equivalente a 63,6 milhões de hectares. Os recursos serão aplicados diretamente pelos parceiros nas unidades adotadas.
Entre as ações de proteção ambiental no escopo do programa, estão a prevenção e combate a incêndios e desmatamento, recuperação de áreas degradadas, consolidação e implementação de planos de manejo, vigilância e monitoramento dos parques.