Goiânia – Em meio à expectativa do recebimento de novas doses de vacina contra a Covid-19, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) decidiu abrir negociações com laboratórios estrangeiros para a compra dos imunizantes, sem passar pelo Ministério da Saúde.
A decisão foi possível após a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (23/2), para que estados e municípios comprem imunizantes, caso o governo federal descumpra o Plano Nacional de Vacinação ou se o número de doses fornecidas pela União não for suficiente para as demandas de determinada região.
“Nós que integramos o fórum dos governadores já estamos em busca dessas vacinas. Vamos buscar o que estiver disponível. Com a aprovação da Pfizer pela Anvisa, essa pode ser mais uma opção”, disse Caiado ao portal Mais Goiás.
Vacinas
A expectativa é de que uma nova remessa de vacinas, com cerca de 160 mil doses, chegue à Goiás ainda nesta semana, conforme publicado pelo Governador em suas redes sociais.
Veja:
Encerramos o dia com uma boa notícia. Acabo de sair de uma reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e outros governadores. São 4,8 milhões de novas doses da vacina chegando no dia 23.02 e #Goiás receberá cerca de 160 mil delas.
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) February 17, 2021
Também pelas redes sociais, Caiado tem pedido à população que já tomou a primeira dose da vacina, que concluam a vacinação e tomem a segunda dose.
“Não podemos jogar fora os esforços que fizemos para evitar o colapso no sistema de saúde. As pessoas que receberam a primeira dose devem completar a sua imunização com a segunda dose. Só isso vai evitar que tenhamos mais hospitalizações em nosso estado”, disse o governador.
A expectativa do democrata é de que a nova remessa de vacinas prometida ao Estado seja suficiente para chegar aos idosos com 80 anos ou mais.
Ainda de acordo com ele, também existe a previsão para a chegada de mais doses da vacina Astrazeneca – além das 160 mil citadas. Caso isso aconteça, será possível chegar na faixa dos 75 anos ou mais.
Caiado fez um novo apelo e reforçou o pedido de conscientização da população em relação à pandemia nesta segunda-feira (22/2). “Março será o pior mês que vamos enfrentar a Covid-19 com essas variantes que chegaram até nós”, declarou.
“Por favor, eu peço que mantenham o uso de máscara, o afastamento, a higienização das mãos, porque a demanda está sendo muito maior que na primeira onda”, disse Caiado, em tom de preocupação, durante a entrega do novo campus da Faculdade da Polícia Militar de Goiás, em Goiânia.
Tudo que é de responsabilidade do estado nesta pandemia está sendo feito. Temos hoje mais de 800 leitos de enfermaria e UTI espalhados por Goiás para tratamento de pessoas com Covid-19, os investimentos para a regionalização da saúde não param e nossa luta por vacinas é diária. pic.twitter.com/uLzxKk33bQ
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) February 23, 2021
De acordo com Caiado, apesar dos esforços do poder público, o atual cenário requer a colaboração de todos. “Se não tivermos a contrapartida da população, fica difícil. Já disse e repito: há limitação, principalmente das nossas equipes na área de saúde. Estão estafadas, sobrecarregadas, alguns não suportam a carga do volume de trabalho e isto tem sido um fato extremamente preocupante”, ressaltou o governador, que informou a abertura de mais 50 leitos de UTI nesta semana.
Quanto ao modelo adotado pelo Estado para a avaliação e monitoramento dos casos por regiões, o Mapa da Pandemia, Caiado enfatizou que a expectativa é reduzir o número de pessoas contaminadas pela Covid-19 a partir desta estratégia conjunta. “As nossas medidas são essas, que já tomamos. Continuaremos a avaliação, região a região. É lógico que em um parâmetro de uma semana pode ser mudado, e espero que sim”, concluiu.
Um novo balanço sobre a gravidade da curva de contágio por regiões em Goiás deve ser divulgado na próxima sexta-feira (26/2).
Pior fase
Goiás enfrenta o pior momento da pandemia de Covid-19, desde o registro dos primeiros casos da doença da doença, em março de 2020.
O mês de fevereiro foi marcado por aumento significativo no número de casos e mortes em decorrência do novo coronavírus, e pelo alto índice de ocupação de leitos de UTI, com indicação de falta de vagas nas redes pública e privada de saúde no Estado.
Para tentar conter o avanço do contágio da Covid-19, o Governo de Goiás lançou o mapa da pandemia. Uma divisão do Estado em macrorregiões, de acordo com a gravidade da pandemia. Das 18 áreas no mapa, seis apresentam contexto mais acelerado de contaminação da doença e correspondem a 89 cidades.