Goiânia – A atualização dos decretos que impõem restrições em Goiânia e região metropolitana, em razão da pandemia da Covid-19, prevê, dentre outras coisas, que os ônibus do transporte público só podem operar com passageiros sentados a partir desta segunda-feira (8/3).
Apesar da orientação do decreto, no primeiro dia de fiscalização verificou-se que as exigências não estão sendo cumpridas. São comuns os flagrantes de ônibus lotados saindo dos terminais de passageiros em Goiânia.
E isso acontece apesar da presença de equipes de monitoramento em toda a cidade. Os órgãos responsáveis garantem que vão intensificar a fiscalização.
A medida surgiu durante reunião feita no sábado (6/3) que decidiu sobre a manutenção das medidas restritivas e o fechamento do comércio por mais sete dias.
Um dos tópicos levantados foi sobre a interrupção do serviço de transporte, para minimizar a circulação de pessoas, ainda considerada alta na região. Alguns prefeitos chegaram a se mostrar favoráveis à proposta, mas o procurador geral de Justiça do Ministério Público de Goiás (MPGO), Aylton Vechi, apontou ilegalidade na medida.
O representante dos comércio, presidente da Fecomércio Goiás, Marcelo Baiocchi, pontuou em vídeo publicado nas redes sociais que era “inadmissível o comércio ficar fechado e os ônibus seguirem funcionando”.
Após intenso debate, inclusive prolongando a reunião para além do período previsto, resultou-se na imposição de regras ao limite de pessoas dentro dos ônibus do transporte público.
O texto do decreto de Goiânia e Aparecida de Goiânia coincide nesse aspecto. As empresas concessionárias do transporte público deverão observar, rigorosamente, o limite de capacidade de passageiros sentados, ficando proibido o embarque acima desse limite.
Para monitorar o cumprimento da regra, a fiscalização será aumentada no terminais de ônibus e no Eixo Anhanguera. Ficou decidido que as Guardas Civis Municipais e Metropolitana, assim como a Polícia Militar, atuarão em conjunto com as equipes das prefeituras.
Outra medida acrescentada ao texto do decreto de Goiânia diz respeito aos supermercados. A partir desta segunda-feira, fica permitida a entrada de apenas um integrante do núcleo familiar por vez, nos supermercados.
A regra fez-se necessária depois que a administração da cidade percebeu o aumento do movimento de pessoas nesses estabelecimentos, com o fechamento do comércio na semana passada. Aparecida de Goiânia também adotou a mesma regra no decreto divulgado nesse domingo (7/3).
Em nota divulgado no sábado, no entanto, a administração de Aparecida adiantou que, após esse ciclo total de 14 dias de comércio fechado, a cidade deve voltar ao modelo de isolamento social intermitente por escalonamento regional.
Os índices de ocupação dos leitos de UTI continuam altos, tanto na rede estadual quanto nas unidades de saúde dos municípios. Goiânia atingiu 99% de ocupação na tarde de sábado. Os hospitais regulados pelo Estado e que possuem, juntos, 429 leitos para atender pacientes contaminados pela doença funcionaram com ocupação acima de 97%, durante o fim de semana.
Esta foi a primeira reavaliação das medidas restritivas, após a decisão conjunta tomada no dia 26 de fevereiro, em reunião emergencial com a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). A ideia é que, de sete em sete dias, os índices epidemiológicos sejam avaliados, assim como as restrições impostas por decreto.
O governador Ronaldo Caiado participou de parte da reunião e expressou a dificuldade que o Estado tem de conseguir profissionais para atuar nos leitos de UTI. Segundo ele, está cada vez mais difícil habilitar novos leitos por causa da falta de pessoal.
“Temos condições de equipamentos, mas faltam profissionais. Os que estão em campo estão estafados. É preciso responsabilidade na hora de dizer que é só criar leito”, disse.
A pandemia segue em nível acelerado no Estado. Conforme o mapa da gravidade da pandemia, atualizado semanalmente, 222 das 246 cidades goianas pertentem a regiões que estão em calamidade. Uma delas é a região metropolitana de Goiânia.