Em delação premiada, o empreiteiro Emílio Odebrecht revelou uma ligação com Luiz Inácio Lula da Silva que começou bem antes de ele se tornar presidente da República. Esse vínculo pode explicar a doação que a Odebrecht fez à campanha do então petista Cristovam Buarque, de R$ 200 mil em 1994. Sem dinheiro na reta final da corrida eleitoral, Cristovam e o coordenador de campanha, Hélio Doyle, procuraram Lula para pedir ajuda. Lula, então, incumbiu Paulo Okamoto, braço direito do petista e hoje presidente do Instituto Lula, para resolver o problema. Surgiu, assim, a bolada da Odebrecht. Foi por meio de bônus eleitoral, ou seja, do caixa oficial. Mas o episódio, ocorrido há 23 anos, indica como a empresa já orbitava em torno do PT.
Outros tempos
A doação da Odebrecht para a campanha de Cristovam Buarque veio à tona entre os petistas depois da eleição, em uma reunião da direção do partido. Eram outros tempos. A ajuda foi tratada em tom de escândalo por petistas como Geraldo Magela, hoje sob investigação na Lava-Jato por suspostamente receber vantagem indevida da Odebrecht em benefício do Setor Habitacional Jardins Mangueiral. Outra doação que causou protestos foi da Via Engenharia, também declarada à Justiça e no mesmo valor de R$ 200 mil. A empresa de Brasília é hoje alvo de investigação por ter participado de consórcios com a Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Vaquinha
Inconformado com as doações da Odebrecht e Via Engenharia para a campanha de Cristovam, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) propôs na época que os petistas fizessem uma vaquinha para devolver os R$ 400 mil às empreiteiras. Lógico que isso nunca deu certo. Se a ideia surgisse hoje, a militância do PT nem com várias gerações pagaria o caixa dois.
Sem caixa dois
O senador José Antônio Reguffe (Sem partido-DF) defendeu ontem a aprovação da PEC que acaba com o foro privilegiado como forma de combater a impunidade. Ele também propôs um plebiscito nas próximas eleições para que a população decida qual tipo de sistema político prefere ver em vigor no país. Detalhe: à coluna, Reguffe garantiu que está fora do senso comum apontado por Marcelo Odebrecht, segundo o qual nenhum político se elege no Brasil sem caixa dois.
De delação em delação
O promotor de Justiça Sergio Bruno Cabral Fernandes que ficou conhecido nacionalmente por perder a paciência com as ironias de Emílio Odebrecht sobre a distribuição de propina tem no currículo a coordenação da Operação Caixa de Pandora, que também teve como base a delação premiada de um corrupto confesso, Durval Barbosa. O promotor foi coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do DF até janeiro de 2015, quando foi convocado por Rodrigo Janot para atuar na força-tarefa da Procuradoria-geral da República. Com o fim do mandato de Janot em setembro, ele volta ao MPDFT, agora com muito mais experiência, por participar da investigação mais importante da história brasileira.
A pergunta que não quer calar….
Por que a Justiça permitiu a construção de um estádio com custo bilionário para 70 mil pessoas em uma cidade sem tradição de futebol que hoje se tornou não apenas um elefante branco, como também um prejuízo aos cofres públicos?
Disputa pela abertura da Copa custou R$ 1 bilhão
Para tentar convencer os integrantes do Conselho de Administração da Terracap a autorizarem que a empresa assumisse a construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Cláudio Monteiro, então chefe de gabinete de Agnelo Queiroz (foto), fez uma defesa veemente do empreendimento em uma das reuniões em 2011. Na campanha, Agnelo tratou o projeto, iniciado no governo Arruda, como uma “megalomania superfaturada”. Mas depois tratou com empolgação a construção de uma arena com 70 mil lugares. O objetivo era brigar pela abertura da Copa do Mundo em Brasília. Coisa que não se confirmou. Nem tinha como acontecer. A Arena Corinthians era favorita e foi palco do início dos jogos, mesmo com a demora nas obras. O resultado dessa disputa foi o custo de pelo menos R$ 1 bilhão a mais do que significaria um estádio menor em Brasília.
Em delação premiada, o empreiteiro Emílio Odebrecht revelou uma ligação com Luiz Inácio Lula da Silva que começou bem antes de ele se tornar presidente da República. Esse vínculo pode explicar a doação que a Odebrecht fez à campanha do então petista Cristovam Buarque, de R$ 200 mil em 1994. Sem dinheiro na reta final da corrida eleitoral, Cristovam e o coordenador de campanha, Hélio Doyle, procuraram Lula para pedir ajuda. Lula, então, incumbiu Paulo Okamoto, braço direito do petista e hoje presidente do Instituto Lula, para resolver o problema. Surgiu, assim, a bolada da Odebrecht. Foi por meio de bônus eleitoral, ou seja, do caixa oficial. Mas o episódio, ocorrido há 23 anos, indica como a empresa já orbitava em torno do PT.
Outros tempos
A doação da Odebrecht para a campanha de Cristovam Buarque veio à tona entre os petistas depois da eleição, em uma reunião da direção do partido. Eram outros tempos. A ajuda foi tratada em tom de escândalo por petistas como Geraldo Magela, hoje sob investigação na Lava-Jato por suspostamente receber vantagem indevida da Odebrecht em benefício do Setor Habitacional Jardins Mangueiral. Outra doação que causou protestos foi da Via Engenharia, também declarada à Justiça e no mesmo valor de R$ 200 mil. A empresa de Brasília é hoje alvo de investigação por ter participado de consórcios com a Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Vaquinha
Inconformado com as doações da Odebrecht e Via Engenharia para a campanha de Cristovam, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) propôs na época que os petistas fizessem uma vaquinha para devolver os R$ 400 mil às empreiteiras. Lógico que isso nunca deu certo. Se a ideia surgisse hoje, a militância do PT nem com várias gerações pagaria o caixa dois.
Sem caixa dois
O senador José Antônio Reguffe (Sem partido-DF) defendeu ontem a aprovação da PEC que acaba com o foro privilegiado como forma de combater a impunidade. Ele também propôs um plebiscito nas próximas eleições para que a população decida qual tipo de sistema político prefere ver em vigor no país. Detalhe: à coluna, Reguffe garantiu que está fora do senso comum apontado por Marcelo Odebrecht, segundo o qual nenhum político se elege no Brasil sem caixa dois.
De delação em delação
O promotor de Justiça Sergio Bruno Cabral Fernandes que ficou conhecido nacionalmente por perder a paciência com as ironias de Emílio Odebrecht sobre a distribuição de propina tem no currículo a coordenação da Operação Caixa de Pandora, que também teve como base a delação premiada de um corrupto confesso, Durval Barbosa. O promotor foi coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do DF até janeiro de 2015, quando foi convocado por Rodrigo Janot para atuar na força-tarefa da Procuradoria-geral da República. Com o fim do mandato de Janot em setembro, ele volta ao MPDFT, agora com muito mais experiência, por participar da investigação mais importante da história brasileira.
A pergunta que não quer calar….
Por que a Justiça permitiu a construção de um estádio com custo bilionário para 70 mil pessoas em uma cidade sem tradição de futebol que hoje se tornou não apenas um elefante branco, como também um prejuízo aos cofres públicos?
Disputa pela abertura da Copa custou R$ 1 bilhão
Para tentar convencer os integrantes do Conselho de Administração da Terracap a autorizarem que a empresa assumisse a construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Cláudio Monteiro, então chefe de gabinete de Agnelo Queiroz (foto), fez uma defesa veemente do empreendimento em uma das reuniões em 2011. Na campanha, Agnelo tratou o projeto, iniciado no governo Arruda, como uma “megalomania superfaturada”. Mas depois tratou com empolgação a construção de uma arena com 70 mil lugares. O objetivo era brigar pela abertura da Copa do Mundo em Brasília. Coisa que não se confirmou. Nem tinha como acontecer. A Arena Corinthians era favorita e foi palco do início dos jogos, mesmo com a demora nas obras. O resultado dessa disputa foi o custo de pelo menos R$ 1 bilhão a mais do que significaria um estádio menor em Brasília.