18/03/2021 às 08h18min - Atualizada em 18/03/2021 às 08h18min
Pais denunciam à PCDF vídeos que estimulam crianças a “adorar satanás”
"Se alguém perguntar por que vocês fizeram isso, vão responder: 'Pela glória de Satã, é claro!", diz o homem, que possui 200 mil seguidores
Vídeos que circulam nas redes sociais de famílias brasilienses são monitorados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). As imagens trazem um homem que utiliza filtros simulando a personagem Elsa, do desenho animado Frozen, da Walt Disney. Seria um conteúdo infantil, não fosse a mensagem que o autor traz. Entre outras orientações, a heroína deturpada sugere que as crianças “adorem satanás”.
A gravação, feita por meio do aplicativo TikTok e compartilhado por um youtuber de São Paulo no Instagram, beira a prática de crime, segundo investigadores da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). Usando linguagem infantil e voz anasalada, o autor do vídeo leva poucos segundos para passar a mensagem. “Oi, crianças! Sou eu a Elsa e hoje vou ensinar a vocês a fazerem uma arte muito bonita na casa de vocês. Vamos aprender?”, diz o homem.
Na mesma gravação, a “Elsa desvirtuada” continua. “Para isso, vamos precisar de canetinha e molho de tomate. Com a canetinha, vocês vão desenhar várias estrelas como essas (pentagramas que simbolizam a marca da besta) nas paredes da casa de vocês. Vocês puderam perceber que a pontinha tá virada pra baixo? E com o molho de tomate vocês vão contornar o desenho. Se alguém perguntar por que vocês fizeram isso, vão responder: ‘pela glória de Satã, é claro!”, diz. Conteúdo negativo
Segundo o delegado-chefe da DRCC, delegado Giancarlos Zuliane, a especializada teve conhecimento sobre o compartilhamento dos vídeos nas redes sociais durante troca de informações com a Polícia Civil paulista. “Existem apurações que estão em andamento, apesar de nós termos acompanhado a disseminação desse conteúdo”, explicou o delegado.
O chefe da DRCC destacou que o autor dos vídeos é um youtuber que postou os vídeos em seu perfil no Instgram. “Os vídeos são diferentes do Pateta, que estimulava o suicídio e a automutilação. Isso não ocorre com a Elsa. No entanto, o vídeo beira a prática de delitos, principalmente no que diz respeito à apologia de crimes. Com certeza é um péssimo conteúdo que nenhuma rede social gostaria de hospedar”, afirmou.
O autor dos vídeos registrou ocorrências policiais em São Paulo após sofrer ameaças de morte em razão da disseminação das imagens.