A Operação Et Caterva foi deflagrada pela PF do Mato Grosso. A investigação teve início em 2018 e concentrou-se, a princípio, na apuração de atos cometidos por organização criminosa, no desvio de valores provenientes de precatórios judiciais.
Em 2020, com o fim do pagamento de precatórios feitos pela Caixa Econômica Federal, em razão da pandemia da Covid-19, o grupo começou a aplicar fraudes no benefício do auxílio emergencial. Nas duas situações, os valores eram recebidos, indevidamente, e repassados para pessoas que integravam o esquema.
Conforme levantamento da PF, o grupo criminoso adquiriu ilegalmente R$ 13 milhões, ao todo, em precatórios de todo o país, além de R$ 2,7 milhões em tentativas de saques.
Em relação ao auxílio emergencial, a investigação apurou que foram efetuados aproximadamente 1.570 saques, entre abril de 2020 e março deste ano, resultando um prejuízo superior a R$ 1,3 milhão.
Cerca de 300 policiais participaram da operação que foi deflagrada no Mato Grosso, em Goiás e em mais 10 estados. Foram cumpridos 12 mandados de prisão (quatro preventivas e oito temporárias), 77 mandados de busca e apreensão, e nove medidas de suspensão de exercício da função pública.
Funcionários de bancos
A organização criminosa cooptou servidores de instituição bancária, os quais forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque. Foi constatada, ainda, a participação de servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso (TREMT).
O esquema consistia na falsificação de documentos falsos, que eram forjados com dados dos beneficiários originais dos precatórios, mas com as fotografias dos estelionatários. Eles se dirigiam ao banco para realizar os saques dos valores.
O dinheiro era depositado em diversas contas, com o intuito de ocultar a origem ilícita. A investigação contou com apoio da Caixa para elucidar o caso.
O nome da Operação, “Et Caterva”, trata-se de expressão em latim, utilizada de forma pejorativa, que denota a ideia de um grupo de comparsas.