Crianças entre seis meses a seis anos, gestantes, puérperas, população indígena e trabalhadores da saúde serão os primeiros a serem vacinados.
A partir do dia 11 de maio, será a vez dos idosos acima de 60 e professores.
Em 9 de junho, a vacina será aplicada em pessoas com comorbidades e deficiência, caminhoneiros, trabalhadores portuários e de transporte coletivo, profissionais das forças armadas, de segurança e salvamento, população privada de liberdade e jovens sob medidas socioeducativas.
No momento em que o sistema de saúde sofre pressão pela alta demanda de casos de Covid e síndrome aguda respiratória, a vacinação contra a gripe é recomendada por especialistas para evitar o aumento no número de hospitalizações.
Ao tomar a vacina, você evita complicações de uma gripe e a chance de idas e vindas a hospitais, em um momento que o sistema de saúde está sobrecarregado e a força de trabalho, saturada.
“Imagina que já começamos a estação com hospitais lotados, se eles ainda tiverem que lidar com mais casos de internação (por complicações da gripe) vai ser ainda mais complicado”, diz Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC).
No Estado de São Paulo, mais de 4 mil postos de vacinação fixos e volantes do SUS estarão preparados para aplicar as doses contra a gripe nos grupos prioritários e conduzir, simultaneamente, a campanha contra a Covid-9.
Na capital paulista, 468 escolas e unidades de educação estarão abertas exclusivamente para a aplicação da vacina contra a influenza, com a devida sinalização. Paralelamente, os grupos prioritários também poderão atualizar a caderneta de vacinação para a poliomielite, sarampo, febre amarela, rotavírus e a imunização pentavalente (tétano, difteria, hepatite b, coqueluche e meningite).
É importante salientar que a vacinação contra a gripe deve ocorrer em sala distinta da usada para a imunização contra o coronavírus. As regras de distanciamento e higienização devem ser respeitadas.
“É preciso ter mais locais de vacinação, como tendas e estruturas para que não haja aglomeração, distanciamento bem estabelecido, profissionais muito informados em relação a isso”, diz Mônica Levi, médica e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
“É recomendado também que se marque no chão o distanciamento entre as pessoas para aguardar a vacinação, com cadeiras distantes e aguardar nos espaços externos para que se respeite um distanciamento mínimo de 1,5 metro, além de álcool em gel e locais com água e sabão para higienização das pessoas.”
A vacinação contra a Covid deve ser priorizada. Quem tomou o imunizante contra o coronavírus deve esperar pelo menos 14 dias para receber a dose contra o influenza.
Mônica Levi recomenda que a vacinação contra a Covid-19 seja separada por duas semanas de qualquer outra vacina. “Não é nada especificamente relacionado à vacina da gripe, é porque nenhuma das vacinas contra a Covid foram estudadas e aplicadas simultaneamente com qualquer outra vacina, então a gente não pode dizer que não há interação ou aumento da probabilidade de algum efeito adverso”.
Pessoas que estão com Covid ou que contraíram a doença há menos de 28 dias devem adiar a vacinação contra a influenza.
As equipes de saúde estão orientadas a fazer uma triagem para identificar paciente com sintomas respiratórios, como tosse, coriza e falta de ar. Quem apresentar apenas tosse ou coriza poderá ser vacinado, com a orientação de procurar um serviço de saúde. O imunizante não deverá ser aplicado em pessoas com febre ou quadro geral de mal-estar.
Segundo Mônica, a vacina da gripe não deve ser aplicada em quem já apresentou algum episódio de hipersensibilidade grave a algum dos componentes da vacina ou a uma dose anterior: “Pessoas que tenham reações anafiláticas também não devem receber doses posteriores”.
Por essa razão, o esquema de vigilância de efeitos adversos deve ser rígido e o intervalo de aplicação de diferentes imunizantes, obedecido. “Se a pessoa tomar alguma outra vacina junto com a contra a Covid e tiver algum evento adverso mais grave, não será possível saber a qual vacina atribuir. Por isso é recomendado mundialmente que as vacinas contra a Covid não sejam administradas simultaneamente com qualquer outro imunizante. No Brasil, o Ministério da Saúde determinou 14 dias de intervalo”, explica.
A meta do Ministério da Saúde é imunizar 79,7 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários até 9 de julho. No setor privado, a expectativa da ABCVAC é que as clínicas imunizem cerca de 10% da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) – cerca de 8 milhões de pessoas.
As vacinas contra a gripe oferecidas pela rede pública e privada são iguais?
As vacinas oferecidas pela rede privada são tetravalentes, ou seja, protegem contra quatro subtipos do vírus influenza: dois subtipos A e dois subtipos B. Já o imunizante contra a gripe oferecido pelo Ministério da Saúde, é trivalente, produzida pelo Instituto Butantan.
Não. A vacina da gripe deve ser aplicada uma vez ao ano, já que o vírus influenza sofre constantes mutações, e apenas em uma dose.