14/04/2021 às 07h07min - Atualizada em 14/04/2021 às 07h07min

Mãe de Isabella Nardoni envia mensagens de consolo a pai de Henry: 'Dor imensurável'

Mãe da menina assassinada pelo pai e pela madrasta aponta similaridades entre a morte das crianças; "entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca", destaca

Correioweb
Na última semana, o Brasil se estarreceu com os desdobramentos da morte do menino Henry Borel, de quatro anos, suspeito de ter sido torturado e morto pelo padrasto, Dr. Jairinho, enquanto a mãe, a professora Monique Medeiros, seria conivente com os abusos. Ambos ainda estão sendo investigados pela polícia. Há 13 anos, infelizmente, um outro caso envolvendo a morte de outra criança apresentou, também, um desfecho macabro: o da pequena Isabella Nardoni
 

Em uma demonstração de empatia, a mãe da vítima do homicídio que aconteceu em 2008, a administradora Ana Carolina Oliveira, de 37 anos, redigiu uma carta aberta para o pai de Henry, o engenheiro Leniel Borel.

“A morte brutal, os desdobramentos das investigações e a comoção causada na população são muito parecidos e doloridos”, diz o texto.

Ana Carolina traça um paralelo entre os dois crimes. Ambos os casos possuem similaridades: as agressões se deram dentro de casa, enquanto as crianças estavam sob responsabilidade de quem deveria protegê-las. Além disso, parentes diretos das crianças são os acusados pelos homicídios. No caso de Isabella, o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, foram condenados pelo assassinato tipificado como homicídio triplamente qualificado e fraude processual, em 27 de março de 2010.

Desabafo

No desabafo de Ana Carolina, ela destaca que “o que mais machuca” é saber que os crimes aconteceram quando ela e Leniel entregaram os filhos para quem deveria cuidar e zelar.

“Entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca, revolta. Não consigo explicar o tamanho dessa dor. No caso da Isabella, o pai foi o culpado. No do Henry, a mãe está presa como suspeita de participar da morte do próprio filho. Justo a mãe, que deu vida à criança. Eu sou da seguinte opinião: as dores não são comparáveis. Mas elas são enormes, imensuráveis”, observa.

“O julgamento e a condenação encerram um ciclo, colocam um ponto-final em uma história muito triste. No meu caso, entre o assassinato da minha filha e a condenação, passaram-se dois anos. A imprensa teve um papel importante no caso da Isabella, assim como está tendo no do Henry. Ficar em cima ajuda a colocar uma pressão nas investigações, por Justiça”, lembra.

A administradora diz que se sente grata pelo amor e carinho recebidos. Mas observa que é necessário viver o luto da perda.

“Eu, como forma de tentar aparentar alguma normalidade no meio de tudo, voltei a trabalhar duas semanas após a morte da minha filha. Mas não dei conta, precisava me voltar para mim e buscar ajuda. Pedi então uma licença e fiquei três meses afastada”, completa.
 


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