O imbróglio envolvendo a construção do Centro Administrativo do DF (Centrad), uma das obras denunciadas pelos executivos da Odebrecht, é mais um problema para a Terracap. A empresa é apontada no edital da PPP como a responsável pelas garantias por parte do Executivo em caso de rescisão do contrato com o consórcio responsável pelo empreendimento. O edital da PPP previa que R$ 500 milhões em receita da Terracap e outros R$ 500 milhões em imóveis seriam destinados à Via Engenharia e à Odebrecht, caso o GDF desistisse de assinar o contrato para a ocupação do complexo em que deveriam funcionar os órgãos do Executivo. Na hora da assinatura do contrato para início das obras, em 2009, a garantia imobiliária subiu para o montante de R$ 900 milhões.
Risco para a folha de pessoal
As garantias da PPP do Centrad são alvo de um processo em tramitação no Tribunal de Contas do DF. O Ministério Público de Contas apontou que executar esses créditos como indenização para o consórcio poderia levar a Terracap a ter dificuldades de pagamentos de sua folha de pessoal e de impostos devidos. O assunto ainda está sem solução definitiva.
Houve ingerência política?
Na investigação sobre os acordos irregulares que envolveram o Centro Administrativo do DF, uma dúvida precisa ser esclarecida: houve algum tipo de ingerência política na liberação do financiamento, assinado em junho de 2013, pela Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 604 milhões ao consórcio formado pela Via Engenharia e a Odebrecht para a construção do complexo?