“Ninguém interfere”, diz Bolsonaro sobre punições nas Forças Armadas

Sem citar o nome do general Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou em sua live nas redes sociais nesta quinta-feira (3/6) sobre o sistema de punições nas Forças Armadas e garantiu que “ninguém interfere”. O presidente tem sido apontado como autor da ordem para o comando do Exército não ter punido o ex-ministro da Saúde.

Bolsonaro realiza a live desta quinta ao lado do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e disse: “A punição existe nas Forças Armadas. Ninguém interfere, e a disciplina só existe porque nosso Código Disciplinar é bastante rígido”. Depois, Bolsonaro contou uma história de quando resolveu não acusar um soldado de transgressão quando era tenente e outra sobre quando ele mesmo foi punido e preso por insubordinação.

Caso Pazuello

No último dia 23 de maio, no Rio de Janeiro, Pazuello subiu em um carro de som ao lado de Bolsonaro. O presidente discursou e chamou o general para saudar o público. Pazuello tirou a máscara para fazer isso.

Foi instaurado, então, um processo administrativo contra o general, uma vez que o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem que militares da ativa participem de atos políticos.

O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), militar da reserva, foi uma das vozes que defenderam punição para “evitar a anarquia” nas Forças Armadas. O comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, porém, decidiu arquivar o procedimento administrativo após ouvir a versão do general. Segundo ele, não houve prática de transgressão militar.