O prefeito Rucardo Nunes (MDB) havia declarado nesta semana que não pretendia adiar novamente os eventos, como ocorreu anteriormente por causa da pandemia da covid-19. Ele disse que o calendário para o próximo ano inclui, ainda, as comemorações ao centenário da Semana de Arte Moderna e ao bicentenário da Independência do Brasil e o festival Lollapalooza.
O decreto destaca que os eventos ocorrerão exclusivamente se forem autorizados pelos órgãos municipais de saúde e se mais de 70% da população adulta estiver imunizada contra o coronavirus.. “Para que ocorram os eventos previstos neste decreto, poderão ser previstos protocolos sanitários e indicadores de acompanhamento da pandemia estabelecidos em conformidade com a orientação técnica da Secretaria Municipal da Saúde.”
No texto, a gestão municipal justifica que há expectativa que toda a população adulta recebda ao menos uma dose da vacina Covid-19 em 2021 e, também, que o número de casos, internações e mortes pela doença caiam nos próximos meses.
Embora as taxas da doença estejam em queda no Estado, a média móvel de óbitos (calculada com base nos últimos sete dias) é mais do que o dobro do auge da pandemia em 2020 (505 mortes na média deste sábado, ante 219 óbitos em 15 de setembro). Além disso, outros países (alguns com a imunização mais avançada que o Brasil) têm enfrentado novas altas, especialmente relacionadas à variante Delta (identificada primeiramente na Índia).
Segundo dados da Prefeitura, o Carnaval de rua de 2020 atraiu 15 milhões de pessoas em uma programação que se estendeu por três semanas. Do total, 26,4% dos foliões moravam em outras partes do Estado, do País e do mundo.
Já a última festa de Réveillon (da virada de ano de 2019 para 2020) levou cerca de 2 milhões de pessoas à Avenida Paulista. Ao todo, 41% do público não residia na cidade de São Paulo.
A Comissão Especial de Organização do Carnaval de Rua 2022 será coordenada pela Secretaria Municipal das Subprefeituras e terá a participação de representantes das secretarias de Cultura, Segurança Urbana, Mobilidade e Transportes e Saúde, além da Coordenadoria de Vigilância em Saúde e da secretaria executiva do gabinete do prefeito. Ela deverá “planejar o evento, realizar os atos preparatórios necessários para sua realização, propor a expedição de normas e acompanhar a sua execução”.
Já a Comissão Especial de Organização de Eventos Festivos na Cidade de São Paulo nos Anos de 2021 e 2022 será responsável pelo Natal, o Réveillon e o carnaval de escolas de samba. Ela será coordenada pela secretaria executiva do gabinete da Prefeitura, com participação da chefia de gabinete do prefeito e das secretarias municipais de Governo, Subprefeituras, Cultura, Segurança Urbana, Mobilidade e Transportes, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Esportes e Lazer e Saúde, além da Coordenadoria de Vigilância em Saúde.
A decisão repercutiu entre entidades ligadas ao Carnaval paulistano. Na sexta-feira (2/7), a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, organizadora oficial dos desfiles no sambódrimo do Anhembi, divulgou uma nota em que afirma ter recebido a notícia com “esperança e otimismo”.
“O caminho é planejar a retomada com responsabilidade, nos preparando para quando fevereiro chegar”, aponta o texto, assinado pelo presidente da entidade, Sidnei Carriuolo. “Estamos dispostos a fazer de 2022 o maior e melhor Carnaval da história da cidade de São Paulo”, acrescentou.
Já o Fórum dos Blocos de São Paulo divulgou uma carta enviada à gestão municipal sobre o tema na quarta-feira, 30. Segundo o grupo, o objetivo é “abrir um diálogo sobre a viabilidade de realização do Carnaval de rua de São Paulo no ano de 2022”.
“A complexidade deste retorno é enorme e precisa ser cuidadosamente pensada, com planejamento prévio e consulta plena aos principais atores do Carnaval da cidade, partindo do balanço de erros e acertos na condução no Carnaval de 2020”, diz o texto.