Quatro dias após o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro ter afirmando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a ele, em maio de 2014, para destruir provas sobre pagamento de propinas ao PT, o petista afirmou que os delatores sofrem “pressão” para incriminá-lo. “O que fizeram em cima do Léo dando depoimento? O cara já está condenado há 26 anos. Temos de ter claro como as coisas acontecem. Desse jeito, o cara fala até da mãe”, afirmou. Ele lembrou que hoje muitos delatores vivem em “mansões”.
O ex-presidente disse desconhecer um possível adiamento de seu depoimento ao juiz federal Sergio Moro, em Curitiba, inicialmente previsto para ocorrer no dia 3 de maio. “Isso não é problema meu”, afirmou ele, ao ser questionado por repórteres quando chegou ao Centro Internacional de Convenções, em Brasília, para participar do seminário promovido pela bancada do PT.
Ao discursar, Lula disse que ninguém mais do que ele deseja a “verdade” dos fatos. “É a primeira oportunidade na qual eu vou ter de viva voz o direito de me defender. O direito que tenho de falar, porque faz três anos que estou ouvindo. Agora, parece que a grande prova contra mim é um pedágio”, afirmou o ex-presidente, numa referência a documentos, em poder do Ministério Público, mostrando que carros do Instituto Lula passaram por um pedágio em direção ao litoral paulista.
Lula é acusado de ser o proprietário oculto de um triplex no Guarujá, que foi reformado pela OAS. Réu em cinco ações penais, sendo três no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente foi recebido no evento como candidato ao Palácio do Planalto. “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”, gritavam os militantes do PT. Em tom irônico, ele disse que a imprensa brasileira é “democrática” “Eu os amo de coração”, afirmou.