504 GUARDIÕES DA NAÇÃO
Existe um colossal abismo entre as palavras do Presidente Luiz Fux no discurso de abertura do semestre de atividades jurisdicionais e os atos descabidos e autoritários que balizam as ações dos ministros da Suprema Corte.
A oratória do presidente foi um festival de palavras ao vento, no estilo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Uma cadeia de frases de efeito eivadas de conceitos ilusórios, totalmente divorciados do pensamento expresso pelo povo nas ruas e nas redes sociais.
Ao ouvir seu discurso, cheguei a imaginar que estava assistindo a uma seção de abertura da Suprema Corte americana.
É impossível acreditar que aquelas palavras e atitudes descritas referiam-se a Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Luís Roberto Barroso; enfim, a uma Corte que muda de entendimento como quem muda de roupa para obstruir temas cruciais à erradicação da impunidade, ao sabor das conveniências patronais e partidárias; uma Corte que trabalha para impedir o eleitor de certificar-se do destino do seu voto soberano, após libertar e habilitar a candidatura de um ex-presidiário condenado em três instâncias, tendo cometido, COMPROVADAMENTE, dezenas de crimes contra a dignidade do povo, os cofres públicos e a Soberania Nacional e jogado na lama o nome do País que presidia; que agrilhoa o poder legislativo por meio do acobertamento de dezenas de processos de crimes cometidos por muitos de seus membros, em troca do engavetamento de inúmeros pedidos de impeachment contra alguns dos seus ministros; que liberta por liminares monocráticas empresários corruptos e traficantes; uma Corte cujo presidente abre o inquérito para fato indefinido e autor indeterminado, indica o relator, deflagra a investigação, em clara violação do sistema acusatório; que manda a Polícia Federal prender parlamentar em flagrante; que interfere, boicota e persegue as ações do poder executivo, ao primeiro clamor de partidos de esquerda e entidades aparelhadas pelos governos anteriores, num verdadeiro patrulhamento político; e muitos outros atos que tornariam este artigo enfadonho.
Seguem algumas pérolas selecionadas que foram proferidas para maquiar a imagem de uma instituição que precisou construir um túnel com garagem para evitar o contato com populares.
“Este Tribunal, no exercício de suas competências, não tem medido esforços para assegurar que a nossa Constituição permaneça como a certeza primeira dos brasileiros”.
“O Supremo Tribunal Federal tem cumprido o seu papel de salvaguardar a Constituição, atuando em prol da estabilidade institucional da nação, da harmonia entre os Poderes e da proteção da democracia, sempre pelo povo e para o povo brasileiro”.
“Ambientes democráticos garantem aos cidadãos liberdade para pensar, inovar, empreender e se expressar”.
“Os cidadãos e a imprensa questionam, criticam, erguem contundentemente seus pontos de vista; propõem novos direitos; denunciam e aplaudem, e devem ser respeitados”.
“A sociedade não espera de magistrados o comportamento que é próprio e típico de atores políticos”.
“É de sabença que o relacionamento entre os Poderes pressupõe atuação dentro dos limites constitucionais, com freios e contrapesos recíprocos, porém com atuação harmônica e alinhamento entre si em prol da materialização dos valores constitucionais”.
“O brasileiro clama por saúde, paz, verdade e honestidade. Não deseja ver exacerbados os conflitos políticos; quer a democracia e as instituições em pleno funcionamento”.
É importante lembrar o próprio ministro Luiz Fux afirmou, segundo a Veja e diversos componentes da mídia, que “a anulação da condenação de Lula poderia ter como consequência a anulação da Operação Lava Jato, como um todo e a desmoralização do STF, tanto no âmbito nacional, como também internacionalmente”.
BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS.