A Cidade Estrutural recebeu, nesta quinta-feira (27), o Câmara em Movimento, projeto que já percorreu 15 regiões administrativas. A tarde foi suficiente para que os inscritos colocassem suas reivindicações diante dos parlamentares. Com a presença de 20 distritais, os moradores apontaram as principais necessidades da área.
A sessão ordinária da Câmara Legislativa foi realizada no ginásio do Centro de Ensino 01, a primeira edição do ano, inaugurou um novo formato ao projeto original, idealizado pela deputada Celina Leão, que implantou o projeto durante sua gestão na presidência da Casa. A deputada enfatizou que o papel da CLDF é fiscalizar “Parabenizo o presidente Joe Valle pelo trabalho. A Câmara Legislativa está aqui, nesta região ouvindo as demandas da população: mulheres, lideranças e todas as pessoas que querem viver em uma cidade melhor”, comentou Celina destacando a importância de se acompanhar as prioridades apontadas pela população. E completou: “O Câmara em Movimento reforça o papel dos deputados distritais, que é o de estar junto da população”.
Entre os que se manifestaram estavam lideranças comunitárias e representantes de vários setores da cidade que apontaram deficiência em diversas áreas, como educação, saúde, segurança, cultura e esporte. Mas foram os catadores de materiais recicláveis, que sobrevivem desse trabalho que mais entoaram reclamações e pediram intervenções dos deputados.
Os distritais se manifestaram, após as falas dos inscritos. O presidente Joe Valle (PDT), fez um compromisso de fiscalizar as ações empreendidas para atender as demandas, que a CLDF estará de volta à Estrutural no próximo dia 3 de junho, quando será realizada oficina com as lideranças comunitárias para que se faça uma avaliação e a prestação de contas.
Representantes das cooperativas da cidade lembraram que a reciclagem é a principal atividade econômica da região e que a Estrutural é sustentada pelos catadores.
Outro ponto importante do encontro foi que os moradores se uniram para reivindicar, ainda, mais atenção à situação dos moradores da comunidade chamada de Santa Luzia, que abriga cinco mil famílias, chegando a 24 mil pessoas. A população vive em situação irregular e reivindica solução para a questão fundiária.
Um dos membros do Conselho Comunitário de Segurança, José Renato, destacou problemas de segurança no local e pediu, sob aplauso dos presentes, a instalação de uma delegacia de polícia. "Como pode uma cidade com 45 mil habitantes não ter uma delegacia?", questionou. A falta de creches também foi abordada e os deputados se dispuseram a destinar emendas para a construção de uma creche na região.
Já os jovens fizeram pedidos que envolvem espaços e equipamentos destinados à cultura e esportes, além da instalação de escolas, uma vez que muitos estudam fora da Estrutural, pela falta de instituições de ensino público.
Diarlei Viana de Oliveira, moradora da Estrutural há 20 anos, pediu, em nome da comunidade, acompanhamento do serviço de fortalecimento para crianças e, sobretudo, dos adolescentes. “Temos um número grande de evasão escolar e também de morte de adolescentes por violência entre gangues, policial. Queremos um olhar mais atento, considerando que esta é a cidade mais negra do DF”.
Tânia Maria Dias mora na região há 15 anos e levou duas pautas à sessão da CLDF. “Uma sobre violência contra a mulher e o trabalho infantil. Apresentei várias propostas, mas ao final, o secretário de Desenvolvimento Social e Trabalho, falou sobre a criação do CEAM, que pode não ser possível. Mas dei a sugestão que o CEAM ocupe o espaço que o CRAS vai deixar, já que este vai para um local próprio e deixará o espaço desocupado”.