08/09/2021 às 14h06min - Atualizada em 08/09/2021 às 14h06min

Lira diz que Constituição ‘jamais será rasgada’ e que vai conversar com todos os Poderes

Presidente da Câmara dos Deputados quebrou o silêncio sobre manifestações bolsonaristas em pronunciamento à imprensa

Um dia depois dos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, integrante da Corte, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Constituição brasileira “jamais será rasgada” e que ele conversará com todos os Poderes. “É hora de dar um basta a essa escalada, em um infinito looping negativo.
 
Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia-a-dia do Brasil de verdade. O Brasil que vê a gasolina chegar a 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas. Uma crise que, infelizmente, é superdimensionada nas redes sociais, que, apesar de amplificar a democarcia, estimula excitações e excessos”, disse.
 
 
Em outro trecho, Lira disse que a Câmara quer se apresentar como uma “ponte de pacificação entre o Judiciário e o Executivo”. “É este o papel que queremos desempenhar agora. A Câmara dos Deputados está aberta a conversas e negociações para serenarmos, para que possamos nos voltar ao Brasil real, que sofre com o peso do gás, por exemplo.
 
A Câmara apresenta-se como motor de pacificação. Na discórdia todos perdem. Mas o Brasil e a nossa história têm ainda mais o que perder. Nosso país foi construído com união e solidariedade, e não há receita para superar a grave crise socioeconômica sem esses elementos.
 
Essa Casa tem prerrogativas que seguem vivas, e quer seguir votando e aprovando o que é de interesse público. E extende a mão aos demais Poderes, para que se voltem para o trabalho, encerrando os desentendimentos. Por fim, vale lembrar que temos a nossa Constituição, que jamais será rasgada”, afirmou.
 
Na parte final de seu pronunciamento, Lira rebateu as declarações de Bolsonaro, que, nas manifestações desta terça-feira, voltou a falar que não poderia participar de uma eleição sem voto impresso porque não faria parte de uma “farsa”.
 
A PEC do voto impresso, uma das principais bandeiras do mandatário do país, foi sepultada no Congresso. “O único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de outubro de 2022, com as urnas eletrônicas.
 
Nas cabines eleitorais, com sigilo e segurança, o povo expressa a sua soberania”, acrescentou o presidente da Câmara. “Não posso admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas, como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página”, afirmou o expoente do Centrão.
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