São Paulo – O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) distribuiu uma carta a aliados, com o título “reflexões de um preso político”, em que insinua um acordo entre o senador Ciro Nogueira (PP), ministro-chefe da Casa Civil, e o senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Pandemia no Senado.
Na carta, escrita do Hospital Samaritano na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro – onde está internado antes de retornar à prisão -, Jefferson reverbera a ofensiva do pastor evangélico Silas Malafaia.
O religioso acusou ministros do governo Bolsonaro de trabalharem contra a indicação do ex-ministro André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Evangélico, Mendonça foi indicado por Bolsonaro há mais de três meses, mas está com a indicação paralisada no Senado, porque o senador Davi Alcolumbre (DEM) se recusa a agendar a sabatina que analisaria sua nomeação. Jefferson e Malafaia defendem a sua nomeação para a Suprema Corte.
Depois da ofensiva do religioso, Jefferson chamou Nogueira e Calheiros de “anjos decaídos” e “príncipes das trevas”. Esse último também recebeu os apostos de “senador de Satanás”.
O ex-deputado repete na carta a alegação do pastor de que os políticos se encontraram recentemente. “Será que trataram da nomeação para ministro do STF de André Mendonça? Ou será que discutiram um acordo, ministro e sinistro relator da CPI da Covid?”, questionou Jefferson na carta.
O ex-deputado faz a insinuação de que um acordo entre Calheiros e Nogueira teria como objetivo um relatório final da CPI “favorável ao governo” e à “absolvição”, com uma nova indicação, “ligada à China”, ao Supremo.