22/10/2021 às 22h08min - Atualizada em 22/10/2021 às 22h08min

Após Guedes mudar o tom, Lira diz defender solidez fiscal do país

Presidente da Câmara foi fundamental na negociação que abriu espaço no orçamento para custear o Auxílio Brasil de R$ 400 mensais

 
 
 
 

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, adotar um tom mais ameno sobre os gastos para custear o Auxílio Brasil, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou as redes sociais para enfatizar que defende a solidez fiscal do país.
Lira é do mesmo partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e o principal avalista da pauta de Bolsonaro no Congresso. Sua articulação foi fundamental para que fosse incluída no relatório da PEC dos Precatórios a mudança no prazo de aferição do chamado teto de gastos, medida que abriu espaço para que o governo lance o Auxílio Brasil.
 
 
O novo programa social substituirá o Bolsa Família e deve pagar R$ 400 mensais a pessoas de baixa renda que integram o CadÚnico.
 
 
Estamos comprometidos c/a solidez fiscal do país. É um pilar importante de nossa democracia. Dados os fatos dos últimos dias, temos convicção de q/ precisamos da união de todos poderes p/solucionarmos mais este impasse. Inflação, câmbio e juros afetam diretamente a vida da população.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) October 22, 2021
 
 
O relatório do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi redigido no Palácio do Planalto, com a participação de Nogueira, do ministro da Cidadania, João Roma, e com a equipe econômica, inclusive na presença dos quatro secretários de Guedes que pediram demissão depois da reunião.
 
 
O texto fechado na manhã de quinta-feira (21/10) foi aprovado na noite do mesmo dia na comissão especial. Lira já se comprometeu a levar a matéria ao plenário na próxima semana.
 
 
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22/10), Guedes disse que fica na pasta e que não pediu demissão após a saída de quatro secretários, insatisfeitos com o rompimento do limite fiscal.
 
 
Na ocasião, o ministro da Economia avaliou que houve “muito barulho” e “falta de comunicação” nos últimos dias entre as alas política e econômica do governo.
Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Guedes também apontou que a ala política, da qual os ministros Nogueira e João Roma (Cidadania) fazem parte, pressiona por um gasto maior e o consequente rompimento do teto.
 
 
“Enquanto eu estou lá fora [nos EUA], naturalmente a política começa a sacudir [pedindo dinheiro e querendo furar o teto]. E o dinheiro dos mais frágeis? E aí começa a briga entre a política e a economia. Então, o presidente, um bom presidente, traçou a linha. Vamos até R$ 400. Não são os R$ 600 que a ala política poderia querer ter, mas também precisamos arrumar um dinheiro extra”, disse o ministro.
 
 
Durante a votação do relatório na comissão, políticos que defendem o Auxílio Brasil não fizeram segredo que a decisão de incluir a mudança no cálculo do teto de gastos tinha caráter político, suplantando as orientações técnicas da equipe econômica.
 
 
O próprio relator justificou a medida com esse argumento. “As críticas fazem parte da democracia. É decisão política da Casa. Nós construímos esse texto a quatro mãos, não só na Câmara, mas também no Senado. A decisão é que nós tínhamos que fazer alguma coisa para cuidar dessas famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social”, disse.
 
 
Motta ainda declarou que “as consequências daquilo que o mercado interpreta, cabem ao mercado”.


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