A prisão de um de seus primos na semana passada deixou o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) ainda mais irritado com o Palácio do Planalto e, por tabela, com André Mendonça, nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em conversa com aliados, o senador disse acreditar que a prisão de seu primo Isaac Alcolumbre, em operação contra o tráfico internacional de drogas, teria sido “orquestrada” pelo governo federal como retaliação ao fato de o parlamentar travar a sabatina de Mendonça há mais de três meses.
Isaac é dono de um aeródromo (pequeno aeroporto) em Macapá onde, segundo a Polícia Federal, funcionaria uma espécie de base para abastecimento de combustível e manutenção de pequenas aeronaves vindas da Colômbia e Venezuela que distribuíam drogas para outras regiões do Brasil.
A aliados, Alcolumbre diz ter em mãos um ofício por meio do qual seu primo teria pedido à PF, antes da operação, que instalasse um posto da corporação no aeródromo. O senador conta que Isaac teria chegado a enviar as chaves do local por correspondência para a Polícia Federal.
Procurada pela coluna desde sexta-feira (22/10), a assessoria de imprensa da Superintendência da PF no Amapá não respondeu. O espaço segue aberto.
A prisão do primo se soma a outro fato que Alcolumbre também vê digital do governo. Como a coluna noticiou na semana passada, o senador atribui a integrantes do Planalto e a aliados de André Mendonça o “vazamento” de um áudio que revela uma possível troca de favores entre o parlamentar e um desembargador.