04/11/2021 às 06h56min - Atualizada em 04/11/2021 às 06h56min

Patricinha do golpe usou cartão de médico para fazer compras e viajar

A vítima explicou à polícia que Caroline era colega de sua esposa e costumava frequentar a sua residência

Mirelle Pinheiro/Carlos Carone
Metrópoles
Foto: Reprodução

 
Investigada por dar um golpe em cinco empresários do Distrito Federal, Caroline Alves de Morais, 32 anos, é alvo de outra denúncia apurada pela Polícia Civil (PCDF). Segundo ocorrência registrada na 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul), a mulher teria usado os dados do cartão do marido de uma amiga, um neurocirurgião, para fazer compras sem a permissão do dono.
 
O médico denunciou que foi vítima de estelionato, em abril do ano passado. Ele explicou que Caroline era colega de sua esposa e costumava frequentar a sua residência. O neurocirurgião narrou que a mulher pegou as informações de seu cartão de crédito da bandeira Visa e fez uma assinatura em um clube de viagens. A suspeita foi confirmada pois, ao entrar em contato com o clube de milhagens, via telefone, um funcionário informou o nome de Caroline Alves de Morais, como sendo a titular do benefício, por meio do número do cartão do cirurgião.
 
A vítima gravou a ligação e entregou à PCDF, que anexou o áudio ao inquérito. O homem também identificou que a suspeita fez compras em seu cartão de crédito Mastercard. Ele detalhou que ligou na operadora do cartão e foi informado que as compras teriam sido feitas pela mãe de Caroline. O Metrópoles, contudo, não teve acesso aos valores debitados.
 
Conforme a coluna revelou, Caroline Morais foi responsável por intermediar a locação de uma mansão em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, que seria ocupada durante a semana do Réveillon deste ano.
 
Dois dos homens enganados revelaram que a mulher forjou o contrato de aluguel da casa e embolsou um sinal de 50% do valor de R$ 48 mil investidos no imóvel de luxo. A negociação, segundo as vítimas, começou em maio deste ano, quando o grupo de amigos se reuniu para planejar as festas de fim de ano. O caso é apurado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
 
De acordo com um deles, que preferiu não se identificar, Caroline tem amigos em comum com as vítimas do golpe e se colocou à disposição para procurar um imóvel por meio de uma plataforma digital e cuidar dos trâmites para a locação da casa. “Ficou acertado que cinco de nós dividiríamos o aluguel, e depois haveria um rateio entre os demais ocupantes, entre 12 e 15 pessoas”, explicou.
 
Golpe descoberto
As vítimas disseram ter transferido, primeiramente, via PIX, R$ 24 mil para a conta de Caroline, que deveria repassar o valor à imobiliária baseada no Rio Grande do Norte. Contudo, nos meses seguintes, ocorreu uma série de discussões entre a mulher e integrantes do grupo.
 
Com as divergências, os empresários chegaram a oferecer R$ 5 mil a Caroline para ela desistir de ocupar o imóvel no Réveillon. “Além de ter se recusado a aceitar essa quantia, ela disse que só concordaria caso recebesse mais R$ 24 mil. Começamos a desconfiar e entramos em contato com a imobiliária, que afirmou ter desfeito o negócio há tempos, inclusive com a assinatura de um distrato”, explicou.
 
Caroline manteve o distrato em segredo e embolsou o valor, além de ter forjado o contrato de locação, bem diferente do original, segundo as vítimas que registraram ocorrência na PCDF. “Primeiro que o valor do aluguel da casa era de R$ 46 mil, e não R$ 48 mil. Além disso, o sinal era de 25%, e não de 50%. Essa golpista adulterou o contrato e ninguém havia percebido até procurarmos a imobiliária em Natal”, disse um dos denunciantes.
 
Novo aluguel
Para não perder a virada de ano em São Miguel do Gostoso, o grupo de empresários e amigos alugou outra casa na região. No entanto, ainda espera recuperar o montante desviado por Caroline. “Caso o valor seja devolvido, podemos avaliar a retirada da queixa na polícia. Do contrário, vamos dar prosseguimento a uma ação penal, pois é um caso clássico de estelionato. Fomos vítima de um golpe, inclusive com falsificação de documentos.”
 
A coluna tentou entrar em contato com Caroline Morais por ligação e mensagens, mas ela não atendeu nem respondeu. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.


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