Preso em flagrante por espancar um homem até a morte na Feira do Guará, na manhã desse sábado (6/11), o educador físico Bruno Sales de Melo e Silva, 30 anos, costuma ostentar fotos com armas nas redes sociais e coleciona passagens pela polícia. Pessoas próximas ao autor informaram à coluna que, além de professor, Silva já trabalhou como vigilante em uma empresa de transporte de valores.
Na internet, ele se apresentava como servidor da Secretaria de Segurança Pública. Após o crime, o perfil de Silva no Instagram foi deletado. A vítima foi identificada como Ricardo Menezes Silva, 40, chef de cozinha. Bruno Silva deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (8/11).
A coluna apurou que o autor já foi autuado por tráfico de drogas e corrupção de menores em 2011. Em 2014, voltou a ser conduzido à delegacia por porte de drogas e em fevereiro deste ano denunciou que foi vítima de lesão corporal.
Na ocasião, Bruno Silva disse que estava chegando em sua residência, no Guará, quando foi abordado por um homem, que teria iniciado discussão por conta de ciúmes de uma mulher. O suposto agressor teria dado chutes e socos em Bruno.
O homem ainda teria ameaçado: “Todas as vezes que eu te encontrar, eu vou te agredir”. O educador físico narrou à polícia que temia por sua vida porque o autor tinha antecedentes criminais e era mestre de capoeira. O caso é apurado pela Polícia Civil.
Sessão de espancamento
Uma pessoa que trabalha na feira explicou que, por volta de 9h desse sábado (6/11), dois clientes estavam bebendo cerveja quando começaram a se desentender. Aparentemente, a discussão foi por conta de um celular.
Bruno Silva alegava que alguém havia furtado o aparelho e que ninguém sairia dali até que seu aparelho aparecesse. A vítima teria ficado ofendida, dando início à discussão. Os dois saíram do quiosque e começaram a brigar.
Ricardo Menezes foi atingido com um soco no rosto e caiu no chão. Mesmo desacordado, o chefe de cozinha continuou sendo agredido, recebendo quatro chutes na cabeça. Uma testemunha relatou à polícia que o primeiro chute atingiu o pescoço de Ricardo. Foi necessária a intervenção de diversas pessoas para que o suspeito fosse contido. A testemunha disse, ainda, que o autor estava “fora de si”.
Confissão
Após a confusão, seguranças da feira encontraram o celular do agressor no lugar em que ele havia urinado. Provavelmente, ele, já embriagado, teria esquecido o aparelho naquele local. Testemunhas ressaltaram que tudo aconteceu muito rápido e, que, após alguns minutos, unidades do Samu, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar prestaram o atendimento à vítima.
Bruno Silva foi detido, algemado e conduzido à delegacia. Durante a prisão, ainda na feira, o agressor falou: “Fui eu… fui eu…, mas eu só estava me defendendo”. O suspeito confirmou que trabalha como instrutor de educação física, mas atualmente está inativo.
O homem narrou que é conhecido da vítima e ambos estavam bebendo em um quiosque. Afirmou, ainda, que quando sentiu falta do celular e não chegou a acusar ninguém, mas Ricardo teria se sentido ofendido dando início ao desentendimento.
O preso afirmou que foi agredido com um soco no queixo e revidou com outro golpe na cabeça do colega. Bruno Silva se defendeu alegando que, após a queda de Ricardo, ficou desesperado e correu até a brigada da feira. Ele diz que retornou com um brigadista, quando tentaram reanimar a vítima, sem sucesso. O instrutor negou que desferiu chutes na vítima e ressaltou que “teve a intenção apenas de se defender”.