10/05/2017 às 07h54min - Atualizada em 10/05/2017 às 07h54min

O tríplex é seu, senhor Lula? Crime de perjúrio dá cadeia…

Notibras

Lula e Moro vão estar frente a frente nesta quarta, 10, em Curitiba. O clima é de tensão em torno do interrogatório do juiz federal ao ex-presidente, supostamente envolvido em lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, evasão de divisas, obstrução da justiça e apadrinhamento político dentro da Operação Lava Jato. O cara a cara terá início às 14 horas.

O juiz fará perguntas básicas. E vai advertir o suspeito que crime de falso testemunho pode provocar uma condenação do réu a até quatro anos em regime fechado. Isso, sem contar outros agravantes, que podem elevar a condenação a mais de duas dezenas de anos.

O interrogatório é o passo final antes da sentença de Lula em um processo que já dura oito meses, marcado por discussões entre o juiz e os advogados do petista. Sérgio Moro deve jogar duro. E lembrar que réu não pode passar por vítima e processar o julgador.

Pela primeira vez Lula poderá dar sua versão definitiva sobre o tríplex do Guarujá. Além disso, o ex-presidente terá de explicar o armazenamento do acervo presidencial, pago pela OAS. E há ainda a acusação de que seria o “comandante” do esquema de corrupção da Petrobras, como tem sido apontado por delatores.

No que diz respeito ao apartamento, a Lava-Jato investiga a ocultação, por parte de Lula, na compra e reforma do tríplex no Guarujá.

Como provas, o Ministério Público Federal apresentou fotografias de Lula visitando o imóvel, trocas de mensagens de Léo Pinheiro (ex-presidente da OAS) sobre a reforma, a pedido da mulher de Lula, Marisa (morta em fevereiro deste ano), e uma rasura no termo assinado entre a ex-primeira-dama e a cooperativa Bancoop, em 2006: abaixo da numeração do apartamento 141 adquirido por ela, uma unidade normal, está a numeração 174, do apartamento tríplex.

Segundo os procuradores, essa alteração significaria que, desde o início, a família Lula tinha interesse na compra da cobertura de três andares. Em meio à negociação de delação premiada, Pinheiro e outros executivos da OAS confirmaram as acusações feitas pelo Ministério Público.

A defesa que Lula adota há mais de um ano deverá ser repetida ao juiz: Marisa comprou uma cota do prédio, pagou as parcelas à Bancoop e desistiu de confirmar a compra após a transferência do empreendimento da cooperativa para a OAS. Como tinha um crédito pelas parcelas pagas, a empreiteira ofereceu outro apartamento, o tríplex. Após a visita, todavia, a família Lula não teria se interessado.

 

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