Parlamentares de partidos que planejam lançar candidatos da chamada “terceira via” estão preocupados. O temor é que, caso as candidaturas presidenciais se concretizem, acabem utilizando parte importante do fundo eleitoral.
O temor é compartilhado principalmente entre parlamentares do PSDB e do MDB, que pretendem lançar respectivamente o governador de São Paulo, João Doria, e a senadora Simone Tebet para a disputa presidencial.
Os emedebistas deverão ser o terceiro partido a receber a maior fatia do fundo eleitoral. Já os tucanos deverão ocupar a sexta colocação na divisão.
Caso as siglas não lancem candidato ao Palácio do Planalto, deputados que tentam a reeleição terão um porcentual maior na divisão interna do partido, já que não haverá necessidade de financiamento de um candidato majoritário em uma eleição nacional.
Parlamentares confessaram à coluna, em reservado, que acreditam ser difícil que caciques apostem em nomes que cheguem às vésperas da eleição sem grandes demonstrações de viabilidade. Justamente pelo ônus financeiro de apostar em um nome inviável ao Planalto.
Por outro lado, pré-candidatos argumentam que um nome na eleição para presidente consome uma fatia considerável do fundo, mas que serve também como palanque para que candidatos à Câmara dos Deputados apareçam mais.
“Acredito que eu equilibro o possível uso do fundo eleitoral com a situação do fato de dar conforto aos palanques regionais, que eu não tenho rejeição. Isso influencia muito as bancadas estaduais”, disse Simone Tebet em entrevista à coluna.
Na Lei Orçamentária de 2022, o valor destinado para o fundo eleitoral foi de R$ 4,9 bilhões para ser usado na campanha eleitoral do próximo ano.