Cerca de 200 caminhões aguardam a liberação de carga na alfândega da Receita Federal em Pacaraima (RO), fronteira com a Venezuela, nesta quarta-feira (5/1). Em 27 de dezembro, auditores fiscais federais agropecuários anunciaram uma operação padrão nas atividades por tempo indeterminado após cortes no orçamento da União e anúncio de aumento apenas para policiais federais.
Os auditores agropecuários são vinculados ao Ministério da Agricultura, e reclamam de déficit de ao menos 1.620 affas [a sigla do cargo] e de falta de reajuste salarial desde 2017.
Além disso, no total, 800 carretas estão paradas em Manaus (AM) e Boa Vista (RR).
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP-RR), se reuniu com representantes do Sindifisco e da Receita Federal e prestou apoio à pauta reivindicatória da categoria dos auditores fiscais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Auditores da Receita (Sindifisco) da regional de Brasília, George Alex de Sousa, “situações como essa tendem a se espalhar pelo país e pelas fronteiras, caso o governo permaneça em silêncio”.
Paralisação no setor
Nesta quarta-feira (5/1), mais da metade dos auditores do trabalho em postos de chefia entregaram o cargo em protesto contra o aumento exclusivo para policiais federais prometido por Jair Bolsonaro.
O último balanço do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), nesta quarta-feira (5/1), contou 154 cargos de chefia e coordenação entregues, de um total de 298, o que representa 52%.
Além do corte orçamentário enfrentado pelo órgão, auditores protestam contra a não regulamentação do bônus de eficiência da categoria. Estão previstos protestos no Banco Central e no Ministério da Economia.