O ex-ministro Antonio Palocci, que está preso desde setembro do ano passado, pela Operação Lava Jato, decidiu fazer delação premiada e avisou ao advogado José Roberto Batochio que não vai mais precisar dos seus serviços. O criminalista defendia Palocci há dez anos, período que conquistou 12 absolvições para o cliente, como no caso Francenildo e na investigação sobre tomate com ervilhas da merenda escolar de Ribeirão Preto.
O ex-ministro teria fechado contrato com o advogado Adriano Brettas, que já negociou outras delações premiadas. Palocci é, também, investigado na Operação Bullish, deflagrada pela Polícia Federal, que apura fraudes no financiamento do BNDES à JBS. Essa operação da PF teria sido a gota d’água para que ele se definisse pela delação.
A delação de Palocci era esperada com ansiedade, pois deve confirmar todas as informações já delatadas, inclusive as oferecidas pelo casal de marqueteiros do PT (Mônica Moura e João Santana), em relação ao envolvimento, tanto de Luiz Inácio Lula da Silva, quanto de Dilma Rousseff, nos esquemas de propina e caixa dois para as campanhas eleitorais.
Ele já havia acenado com essa possibilidade quando foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro, em abril, na ação penal em que é réu pelo suposto recebimento de R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht, parte do valor teria sido repassada ao PT.
O escritório de Batochio emitiu nota confirmando que Palocci deu início à delação premiada com a Lava Jato.
A NOTA
“O escritório José Roberto Batochio Advogados Associados deixa hoje o patrocínio da defesa de Antonio Palocci em dois processos que contra este são promovidos perante o juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba, em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa Lava-Jato, espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais.”