13/01/2022 às 03h59min - Atualizada em 13/01/2022 às 03h59min

Pirenópolis: após enchente, dia é de limpeza e avaliação dos prejuízos

Área às margens do Rio das Almas sofreu com elevação da água na terça (11/1); prefeitura recomenda que acesso às cachoeiras fique restrito

 

Pirenópolis (GO) – Um dia após o alagamento causado pela elevação do nível das águas do Rio das Almas, comerciantes pirenopolinos tentam recomeçar e mensurar o prejuízo causado pela força da enchente. O susto que eles levaram, com a rápida elevação no nível de água, não sai da cabeça. Diante da ameaça de mais chuva, a prefeitura recomendou que o acesso para cerca de 100 cachoeiras da região não seja permitido.
 
A manhã na cidade histórica a 130 km de Goiânia e 140 Km de Brasília, nesta quarta-feira (12/1), foi de limpeza das ruas, calçadas e estabelecimentos atingidos pela enchente. A previsão de chuva para os próximos dias continua, mas não resta opção aos comerciantes senão reabrir tudo, apesar do medo.
 
“Não tem como parar. Tenho 14 funcionários. São 14 famílias mais a minha que dependem disso aqui”, a comerciante Renata Lessa, dona do restaurante Quero Mais, um dos mais atingidos pela inundação.
 
O Rio das Almas subiu rapidamente, na manhã dessa terça-feira (11/1), e atingiu principalmente os comércios que ficam às margens, nas imediações da badalada Rua do Lazer, conhecida pela diversidade de bares e restaurantes. Pirenópolis, que é um dos principais destinos turísticos de Goiás, é uma das dezenas de municípios do estado atingidos pelas fortes chuvas desta época do ano.
 
Entre 10h e 12h de terça, o nível do rio aumentou numa velocidade que inviabilizou a reação imediata dos comerciantes. Renata tentou salvar equipamentos e retirar algumas coisas do restaurante, mas não deu tempo. “Estragou freezer, comida…”, relata ela.
 
O mesmo aconteceu no restaurante Beira Rio, do comerciante Orion Paranhos. O estabelecimento dele fica ainda mais próximo do rio do que o de Renata. A marca na parede do local denuncia a altura que a água chegou: cerca de 1 metro e 70 centímetros.
 
Limpeza
Com ajuda de um caminhão pipa e operários particulares, ele conseguiu limpar a calçada do local e iniciar a reorganização do espaço, nessa quarta. “Tenho um pouco de medo, ainda, do que pode acontecer nos próximos dias, porque pode chover mais”, diz ele.
 
O restaurante de Orion perdeu equipamentos eletrônicos, como computadores, impressoras e freezers, além do estoque de alimentos. Ele ainda não sabe quando conseguirá reabrir o local. Vai depender do que acontecer nos próximos dias.
 
Medo
A última lembrança que comerciantes da cidade têm de uma inundação semelhante é de cinco anos atrás. A situação vivenciada nessa terça assustou os empresários locais. O alerta emitido pela prefeitura está mantido até esta sexta-feira (14/1), quando a previsão do tempo ainda prevê ocorrências de chuva na região.
 
Nesta quarta, o Rio das Almas amanheceu com nível controlado, apesar da correnteza e do volume acima do habitual. Conforme a prefeitura, não houve registros de perdas maiores. A água baixou horas depois de subir e a normalidade foi restabelecida.
 
Os comerciantes locais, no entanto, seguem receosos do que pode ocorrer. O medo é de que a chuva acentuada na cabeceira do rio volte a ocasionar a elevação repentina e inundar os estabelecimentos, novamente.
 
Recomendações
Em nota divulgada nessa terça, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil da cidade recomendou algumas estratégias para a população.
 
Aos representantes de cachoeiras (existe mais de uma centena na região), foi aconselhado não permitir a entrada de turistas durante o período de chuvas, devido ao risco do fenômeno conhecido como cabeça d’água. O mesmo vale para balneários e acampamentos.

 
Aos moradores, foi recomendado não se abrigar embaixo de árvores, em razão do risco de descargas elétricas, não estacionar veículos próximos de torres de transmissão ou placas de propaganda e desligar equipamentos eletrônicos ou o quadro geral de energia.


 
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