Após faltar ao depoimento à Polícia Federal determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro não foi o primeiro chefe de poder a descumprir uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dos principais desafetos políticos de Bolsonaro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também já se recusou a cumprir uma decisão da Suprema Corte em 2016, quando ocupava a cadeira de presidente do Senado.
Na ocasião, Renan se recusou a receber um oficial de Justiça e articulou com a Mesa Diretora da Casa para não cumprir uma ordem do então ministro Marco Aurélio Mello de afastá-lo do comando do Senado.
Marco Aurélio decidiu afastar Renan do cargo ao entender que, por ser réu no STF, ele não poderia estar em um posto da linha de sucessão presidencial.
O presidente do Senado é o terceiro na fila, atrás apenas do vice-presidente da República e do presidente da Câmara dos Deputados.
Os senadores, capitaneados por Renan, decidiram que aguardariam uma decisão do plenário do Supremo para cumprir a ordem de Marco Aurélio.
A manobra deu certo. Dias depois, o plenário decidiu manter Renan no cargo e apenas impedi-lo de ocupar a Presidência da República, em caso de necessidade.