01/02/2022 às 05h18min - Atualizada em 01/02/2022 às 05h18min

Bolsonaro diz que AGU o orientou a não depor à PF: “Cumpri à risca”

Presidente não compareceu à Superintendência da Polícia Federal na última sexta (28/1), após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (31/1) que o advogado-geral da União, Bruno Bianco, o orientou a não depor à Polícia Federal no inquérito que apura o vazamento de informações sigilosas durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais do chefe do Executivo.
 
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia determinado que Bolsonaro prestasse depoimento à Polícia Federal às 14h de sexta-feira (28/1). O presidente, no entanto, não compareceu e entrou com um recurso no Supremo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), para que ele não fosse obrigado a cumprir a ordem de Moraes. Minutos depois, o ministro negou o pedido.
 
Em carta à PF, Bolsonaro disse que exerceu o “direito de ausência” ao não comparecer à sede da Superintendência do órgão.
 
“Segui as orientações do advogado-geral da União, Bruno Bianco. Tudo que foi tratado por esse advogado, que nos defende, eu cumpri à risca. E com toda certeza o plenário do Supremo Tribunal Federal vai decidir essa questão […] A decisão [de não comparecer] foi do advogado”, afirmou o presidente.
 
A PF intimou Bolsonaro a depor no ano passado. Em 29 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 15 dias para que a oitiva fosse realizada. No entanto, quando o tempo estava acabando, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu prorrogação, e o ministro concedeu mais 60 dias de prazo.
 
Mesmo assim, como o presidente não indicou a data do depoimento, o ministro marcou para a última sexta, conforme prometido.
 
“Tudo em paz”
No sábado (29/1), durante passeio pela feira da Catedral Metropolitana de Brasília e conversa com a imprensa, o presidente foi questionado se queria fazer algum comentário sobre a decisão do ministro do STF.
 
Vazamento de investigação
Em agosto do ano passado, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro divulgou a íntegra de um inquérito da Polícia Federal sobre um suposto ataque ao sistema interno da Justiça Eleitoral em 2018. Segundo o próprio TSE, a tentativa de invasão não representou qualquer risco às eleições.
 
Atendendo a um pedido da Justiça Eleitoral, Moraes abriu um inquérito para investigar o caso. Segundo o ministro, as informações não poderiam ter sido divulgadas sem autorização da Justiça.
 
Ao abrir o inquérito, o ministro do STF determinou a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro com a íntegra da apuração e afastou o delegado da PF que era responsável pela investigação
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