19/02/2022 às 07h07min - Atualizada em 19/02/2022 às 07h07min

Bolsonaro duvida de Lula em “eleição limpa”: “Espero que povo acorde”

Presidente disse que petista tem ganhado apoio porque já teria negociado a entrega dos comandos de ministérios e estatais do país

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou, nesta sexta-feira (18/2), que a população precisa ver se o petista tem chance de ganhar as eleições para a Presidência da República “em uma eleição limpa”.
 
“A gente tem preocupação. Espero que o povo acorde. Não estou dizendo que eu sou o melhor cara do mundo. Tem muita gente melhor do que eu por aí, mas veja se essa pessoa tem chance em uma eleição limpa, se ela tem chance de chegar lá”, prosseguiu.
 
Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o atual chefe do Executivo federal afirmou, sem provas, que Lula tem recebido apoio porque tem negociado a entrega de ministérios e estatais. Ele ainda disse se a chapa do principal adversário político voltar ao comando do Palácio do Planalto, o Brasil viverá, no seu entender, “um caos”.
 
“Eles aqui [na Presidência] está na cara que eles não saem mais daqui. Teriam como prosseguir via voto e não mais sair daqui. Então, o Brasil estaria o caos, no meu entender. As informações que a gente tem — não comprovadas — é que o ex-presidiário ele tem conseguido muito apoio porque tem negociado ministérios, estatais. […] Não sei é verdade. [Eles dizem:] ‘Ó, para aquele líder partidário eu vou oferecer a Caixa Econômica federal e um ministério’. E também está nessa negociações essas duas vagas [para o STF] para o ano que vem, com promessas que eu não vou falar porque eu não tenho provas. […]”, afirmou Bolsonaro.
 
“Ministérios tampões”
Ainda sobre as eleições, o presidente também disse, durante a live, que tem discutido com o presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, e o seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o futuro dos chamados “ministérios tampões”.
 
Até o momento, o Palácio do Planalto contabiliza 11 ministérios que terão seus chefes substituídos após o processo de desincompatibilização, em preparativo para as eleições deste ano. A lei determina que autoridades do Executivo deixem os respectivos cargos até seis meses antes do pleito, ou seja, até 31 de março.
 
Mudanças ministeriais às vésperas das eleições costumam ocorrer em todos os governos. Na maioria das vezes, esses cargos são ocupados por interinos, no geral servidores de carreira da própria pasta. As trocas provocam um desfalque momentâneo e, em certa medida, esvaziam os ministérios.
 
 “Temos conversado entre nós. Desses onze [ministérios], alguns eu já tenho os nomes [de quem irá comandar as pastas] definidos. Não quero falar qual é aqui. Outros não. Uns vão ser aí ministérios temporários, tampões, está certo? E haverá uma grande negociação política para isso daí. […] As negociações são mais com o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, com o meu filho Flávio também, tem me ajudado bastante também o Ciro Nogueira, entre outros poucos. […] Estamos acertando”, disse Bolsonaro.
 
Segundo o presidente, a ideia é que os futuros ministros substitutos não tenham um perfil diferente dos atuais chefes das pastas para, de acordo com Bolsonaro, a estrutura interna dos órgãos não ser afetada.
 
“Pretendemos ouvir os ministros. Já estou ouvindo alguns. Alguns não vou aceitar a indicação deles, mas nenhuma briga entre nós. A indicação vai ser minha para esse ministério tampão para a gente não mexer muito. Se botar um cara diferente lá, o cara vai querer trocar todo mundo. Aí é complica. O elemento tem que ter uma vida pregressa razoável. Não vamos achar santo, mas tudo bem. Tem muita gente boa que não deve nada para ninguém. Deve ter, obviamente a sua prioridade, mas agora tem que ter um certo potencial eleitoral”, afirmou.


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