O diretório nacional do Novo decidiu, neste sábado (26/2), proibir a deputada distrital Júlia Lucy de concorrer à reeleição pelo partido em 2022. Segundo a nota divulgada pela legenda, foram três pontos que levaram a essa resolução. O primeiro deles diz respeito a “atos de desrespeito à instituição, com constantes episódios de insubordinação ao Partido Novo”.
A sigla considerou também que a deputada não prestava contas do mandato e das emendas parlamentares que teriam sido, segundo o texto, “incansavelmente solicitadas”.
Por fim, o Novo apontou que, durante todo o mandato, Lucy “teve uma composição anormal” na estrutura de seu gabinete. “Uso […] abusivo de assessores parlamentares, tendo sido advertida pela Comissão de Ética Partidária em 2019”, afirmou em nota.
O que diz a deputada
A deputada rebateu um por um dos pontos alegados. Abaixo, a publicação na íntegra dos argumentos apresentados pela distrital sobre o tema:
“Sem qualquer tipo de diálogo, recebo a informação da inviabilidade de minha candidatura à reeleição pelo Partido Novo. A decisão partidária, de caráter irrecorrível, apresenta três pontos sobre os quais me pronuncio:
1 – Alegação de “atos de desrespeito à instituição, com constantes episódios de insubordinação ao Partido”: esclareço que sempre nutri relacionamento de respeito com os dirigentes partidários, fortalecendo a marca, por meio da busca de novos filiados, de novos candidatos, defendendo sempre a instituição quando atacada. Em momento algum contestei publicamente qualquer decisão partidária. Sempre apresentei meu ponto de vista como filiada e mandatária dentro dos espaços internos, não gerando, portanto, qualquer tipo de constrangimento no time. Saliento: não houve qualquer processo disciplinar para apurar possível conduta de indisciplina. Destaco que o único ato do partido que não contou com o meu apoio expresso foi o do pedido de abertura do processo de impeachment do Presidente da República.
2) Sobre a suposta “total ausência de prestação de contas do mandato”: saliento que as informações solicitadas foram prestadas e qualquer complemento poderia ter sido requerido formalmente, o que nunca ocorreu. Sobre a acusação de não dispor de dados relativos ao encaminhamento de emendas parlamentares, destaco que não há qualquer documento interno que tenha exigido. No entanto, a prestação de contas sobre as emendas consta no meu site www.julialucy.com.br, nas demais redes sociais e no portal da transparência, o que permite, ao contrário do alegado, a possibilidade de total auditoria e compliance.
3) Sobre a alegação de “composição anormal e exacerbada da estrutura de gabinete”: informo que a questão já fora tratada duas vezes no âmbito da comissão de ética do partido, sendo que a última decisão do órgão, em janeiro de 2022, concluiu que “a denunciada estaria com o quadro de assessores que atende o determinado pelo partido, quanto ao número máximo de assessores, qual seja, 50% do total”. Esse foi o embasamento para indeferir a denúncia de que essa parlamentar estava excedendo o número de assessores permitidos”. Portanto, toda a estrutura do gabinete está em conformidade com as normas do partido.
Nessa esteira, recebo com surpresa as acusações do uso de “subterfúgios jurídicos para se enquadrar no termo de compromisso”, porquanto o próprio partido esclarece que as “contratações estão juridicamente embasadas”.
Por outro lado, definir o gabinete mais econômico da CLDF como descumpridor dos princípios da eficiência e da economicidade é, no mínimo, injusto e desconectado da realidade dos fatos. Nosso mandato, até o presente momento, já poupou aos cofres públicos cerca de R$ 7 milhões.
Considerando o autoritarismo da decisão, dirijo-me agora aos queridos filiados, apoiadores e eleitores do partido. O meu compromisso em fazer o melhor mandato para o Distrito Federal permanece.
A missão de transformar nosso país em um lugar próspero, justo e livre é o que nos sustenta. Uma árvore se conhece pelos frutos. Vocês já me conhecem. Continuem contando comigo!”