Um grupo de parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pressiona o deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, a renunciar seu mandato na Casa, após a coluna revelar, em primeira mão, áudios enviados por ele com comentários sexistas sobre refugiadas ucranianas.
A articulação, nos bastidores, é para que Mamãe Falei abra mão do seu mandato antes que um processo de cassação seja aberto no Conselho de Ética da Alesp seja aberto. Até a noite dessa segunda-feira (7/3), já eram mais de 10 representações pedindo a perda do mandato do deputado em razão dos áudios.
O movimento para convencer Mamãe Falei a renunciar ao mandato tem sido capitaneado pelo deputado estadual paulista Campos Machado (PTB). À coluna, o parlamentar argumentou que a defesa da renúncia de Mamãe Falei seria “unanimidade” dentro da assembleia paulista.
“Hoje, a presença dele é um insulto para toda a assembleia. As pessoas dizem que não conseguem mais conviver com ele”, disse o deputado Campos Machado, acrescentando: “Vamos fazer pressão. Vamos evitar cumprimentar, evitar de estar presente em reuniões de comissões com a presença dele”.
Outros defensores da renúncia de Mamãe Falei argumentam que o pedido do deputado evitaria o desgaste interno de cassar o mandato de um colega. Especialmente após a Alesp não ter cassado o deputado estadual Fernando Cury (sem partido), mesmo após ele apalpar a deputada Isa Penna (PSOL) em pleno plenário da Casa.
Parlamentares fizeram chegar a Mamãe Falei que são grandes as chances de ele ser cassado, caso não renuncie. Ressaltaram que, nessa segunda-feira (7/3), houve uma reunião de líderes partidários da Alesp, quando a maioria dos presentes sinalizou que defenderá a cassação do parlamentar.
Após a revelação dos áudios, o parlamentar paulista já anunciou ter desistido de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, a qual serviria de palanque para o ex-juiz Sergio Moro. Do Val também sofre pressão da cúpula do Podemos para se antecipar a um processo de expulsão e pedir sua desfiliação da sigla.