Um grupo de organização criminosa foi preso, nesta sexta-feira (25/3), após furtar R$ 220 mil de uma instituição filantrópica que atende autistas. O caso foi investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), após o grupo aplicar um golpe em um funcionário da instituição. Segundo informações, um dos integrantes ligou para o local se passando por um funcionário de banco e alegando suspeita de fraude em transações bancárias.
O delegado Wisllei Salomão, da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), explica os detalhes da Operação Asperger. “Em outubro do ano passado, um dos membros telefonou para uma instituição filantrópica que presta auxílio para pessoas com deficiência intelectual e autismo e, sob a falsa argumentação de que havia uma suspeita de fraudes nas contas bancárias, induziu a funcionária a instalar um dispositivo de segurança”, detalha.
Segundo Wisllei, com o dispositivo, o grupo conseguiu transferir dinheiro da conta da entidade. “(Eles) transferiram o valor de R$ 220 mil, sendo que inicialmente esse valor foi para duas contas de empresas (de supermercado e tapeçaria), cujo os proprietários pulverizaram (a quantia) através de transferências bancárias para contas de pessoas físicas, saques, PIX, usaram em máquinas de cartão de crédito e débito, e pagaram boletos de impostos para tentar ocultar as quantias adquiridas de forma ilegal”, pontua.
O grupo é acusado de furto mediante fraude por meio eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar os vinte anos de prisão. Até o momento, a Corf cumpriu quatro mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão em Ceilândia, Vicente Pires, Taguatinga, Samambaia, Núcleo Bandeirante, Novo Gama, Santa Maria e Santo Antônio do Descoberto (GO).
Parte dos investigados possuem antecedentes criminais por latrocínio, estelionato, roubo, tráfico de drogas, receptação e porte ilegal de arma de fogo.
Fique atento
A prática realizada pela quadrilha é conhecida como Phishing (pescaria em inglês), um tipo de ciberataque que se caracteriza como uma ameaça virtual e utiliza artifícios para atrair a atenção de uma pessoa e fazê-la realizar alguma ação. Caso a pessoa "morda a isca”, ela pode informar dados pessoais, senhas e cartões de crédito.
Confira as dicas da PCDF para não cair em golpes:
• Instituições bancárias não fazem ligações para realizar liberação ou atualizações de dispositivos e nem orientam os clientes para se dirigirem até um terminal de autoatendimento para realizar qualquer tipo de transação;
• Caso receba qualquer telefonema dos bancos, o cliente deve anotar os dados e, preferencialmente em outro aparelho telefônico, ligar para os canais oficiais bancários, ou para o gerente da conta;
• As pessoas sempre devem desconfiar quando o interlocutor alegar urgência para solucionar o suposto problema;
• Não confiar no número que aparece no visor da ligação recebida, pois existem aplicativos que camuflam o número, aparecendo o número da central dos bancos;
• Outro alerta é que dados pessoais e senhas somente são solicitados quando a ligação é iniciada pelo cliente, o contrário não ocorre.