Após pernoitar no gabinete na Câmara dos Deputados, o deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) iniciou a manhã desta quarta-feira (30/3) na companhia de assessores no local. Ao Metrópoles, o advogado do parlamentar, Jean Garcia, informou que o grupo já recebeu café da manhã e outros mantimentos para passar o dia.
O grupo protesta contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que a Polícia Federal recoloque a tornozeleira eletrônica no congressista, também proibido de participar de eventos públicos. Além disso, ele não poderá se ausentar do Rio de Janeiro, salvo para ir a Brasília para exercer o mandato de deputado federal.
De acordo com o advogado, o deputado deve ficar dentro do gabinete até o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidir se pautará ou não a decisão de Moraes no plenário da Casa Legislativa.
Garcia informou que está a caminho da Câmara para encontrar o deputado. Ele afirmou que o parlamentar tem as “garantias individuais violadas” e acusou o ministro Moraes de praticar “abuso e autoritarismo”.
“Estou me dirigindo à Casa para acompanhar o desenrolar desse momento delicado que transborda ao cotidiano de um estado democrático e de direito, onde garantias individuais, imunidades parlamentares e prerrogativas de deputados são diuturnamente violadas em claro exercício de abuso e autoritarismo monocrático por parte do ministro relator”, disse Jean Garcia, que representa Silveira.
Madrugada
Na noite de terça-feira (29/3), a deputada federa Carla Zambelli (PL-SP) foi até a Câmara para levar dois travesseiros, uma garrafa de 1,5 litro de água e pizzas até o gabinete de Silveira. Ao todo, oito deputados permanecem no espaço, mas nem todos dormiram no local em solidariedade a Silveira.
Antes de entrar no gabinete para passar a noite, o deputado conversou com a imprensa. Ele afirmou que o “plenário é inviolável” e disse querer saber se o ministro “dobrará a aposta”.
“Vou [passar a noite no plenário], mas isso não é relevante. Não tem relevância nenhuma. Quero ver até onde vai a petulância de alguém pra romper com os outros dois Poderes. O plenário é inviolável, quero saber se ele quer dobrar essa aposta e mostrar que ele manda nos outros Poderes”, desafiou.