26/04/2022 às 06h52min - Atualizada em 26/04/2022 às 06h52min

Após demissão, 69 ex-funcionários do Pros denunciam calote do partido

O Pros demitiu 69 funcionários, que alegam não terem recebido salário de março nem a verba referente à rescisão do contrato trabalhista

Ex-funcionários do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) denunciam que a sigla não pagou o salário de março nem quitou as verbas referentes à demissão, que foi oficializada no início deste mês.
 
No total, 69 ex-empregados do Pros dizem aguardar o dinheiro da rescisão desde 9 de abril. Eles trabalhavam na sede do partido, em Brasília, e na subsede, em Planaltina de Goiás. Os ex-funcionários atuavam em diversas áreas, como cozinha, contabilidade, financeira, recepção e auxiliar de serviços gerais.
 
A advogada Kelly Amorim disse à coluna que o Pros realizou a demissão em massa sem respeitar os direitos trabalhistas: “Cerca de 70 empregados foram desligados de forma arbitrária e em um processo eivado de ilegalidades, desde as divergências nas datas entre o aviso prévio e a comunicação formal dos funcionários, até o descumprimento do prazo previsto para o pagamento das verbas rescisórias, em total afronta às normas trabalhistas.”
 
Segundo a advogada, os ex-funcionários do partido “não têm outra alternativa senão o ajuizamento, também em massa, de reclamações trabalhistas para fazer valer os seus direitos, tendo em vista o desprezo e a má-fé da atual direção do Pros com os funcionários.”
 
Troca de chefia
As demissões ocorreram logo após Marcus Holanda assumir a presidência do Pros, em março deste ano. Isso aconteceu depois que a 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) declarou como válida a convenção que elegeu Holanda para comandar a sigla. A partir dessa decisão, o então presidente, Eurípedes Júnior, foi destituído.
 
Um ex-funcionário – que pediu para não ser identificado com medo de retaliação – disse à coluna que “há inúmeros erros na condução da demissão”. “Os funcionários foram obrigados a assinar um termo de quitação, ainda que sem o efetivo pagamento”, afirmou.
 
Outra ex-empregada cobrou publicamente o atual presidente do Pros. No Twitter, Yanca Santos escreveu: “São famílias passando por dificuldades. Não pedimos favores. É o nosso direito!”
 
No Twitter, o presidente do Pros divulgou uma nota sobre as acusações, em 15 de abril.
 
Segundo Holanda, “o bloqueio das operações bancárias do partido, nestas duas últimas semanas, decorrente de exigências de documentos do TSE com a devida atualização do tesoureiro do Diretório Nacional ocasionou interrupção do processo de rescisão dos contratos de trabalho e dos devidos pagamentos, fato que lamentamos profundamente”.
 
O presidente do Pros disse que determinou “ao corpo jurídico e de pessoal que retomem o contato com todos os empregados para restabelecer o atendimento, acordos e respectivos pagamentos, no fiel cumprimento da lei.”
 
“O bloqueio das operações bancárias afetou todo o partido, num momento tão delicado de mudança. Porém, com o total cumprimento das exigências cadastrais, o Pros conseguiu restabelecer a normalidade bancária”, declarou Holanda.


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