30/04/2022 às 12h49min - Atualizada em 30/04/2022 às 12h49min

AGU diz que não cabe ao Judiciário rever graça de Bolsonaro a Silveira

A manifestação foi apresentada em ação popular que tramita na Justiça Federal do RJ: "Não pode ser objeto de releitura por outro Poder", diz

A Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou na Justiça Federal sobre o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB). No documento, enviado à 12ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a AGU analisa que a “graça” dada ao parlamentar é constitucional e de prerrogativa do presidente. Além disso, diz que a análise do decreto presidencial não pode ser feita por outro Poder, como o Judiciário.
 
“Concordando-se ou não com as razões presidenciais, o fato é que elas foram elencadas e seu baldrame axiológico é inegável, fundado em valores constitucionais e históricos. Daí que a concessão da graça constitucional em exame, considerada a concepção discricionária do instituto, representada pelo juízo de conveniência e oportunidade, não pode ser objeto de releitura por outro Poder”, diz o advogado da União, João Paulo Lawall Valle na manifestação.
 
O documento é uma resposta à decisão do juiz Carlos Ferreira de Aguiar, da 12ª Vara Federal do RJ, que havia concedido 72 horas para o governo federal explicar a graça constitucional concedida a Daniel Silveira. A AGU se pronuncia na ação popular.
 
A ação popular questiona decreto no qual o presidente Bolsonaro perdoou a condenação de Silveira à pena de 8 anos e nove meses de prisão por atos antidemocráticos pelo STF.
 
A ação contesta a proximidade do presidente com o parlamentar, o que, segundo os advogados, violaria o princípio da impessoalidade.
 
As ações populares que questionam o decreto que concedeu o perdão tramitarão na Justiça Federal. A validade do ato, questionada pelos partidos políticos, corre no STF, sob relatoria da ministra Rosa Weber.
 
A ministra já adiantou que não vai proferir decisão monocrática. A ação será analisada em plenário por todos os 11 ministros.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »