Não se esperava, nem no PT nem entre os mais respeitados cientistas políticos, que Jair Bolsonaro superasse Lula numericamente em São Paulo, antes mesmo do início oficial das eleições. Mas é o que mostrou a nova rodada do instituto Paraná Pesquisas feita entre os dias 24 e 29 de abril e divulgada neste fim de semana.
Bolsonaro tem 35,8% das intenções de voto contra 34,9% de Lula. Acreditem, em São Paulo, o atual presidente ultrapassou o petista, invertendo a posição de um mês atrás.
Diz que o que acontece em São Paulo é o espelho do Brasil.
Espero que não.
Como mostrou a coluna Maquiavel, no final de março, os dois estavam em posições invertidas: o petista tinha 34,1% contra 31,0% do presidente – ou seja, em um mês, Bolsonaro ganhou quase cinco pontos no estado.
E tem gente que acha que a eleição está perdida para Jair Bolsonaro – inclusive Gleisi Hoffmann, que disse o seguinte no mês passado: “Quem tem 60% de rejeição não ganha eleição. Cabe ao campo democrático garantir o processo e derrotar essa aberração”.
1 - Rejeições variam durante a eleição de forma mais rápida, vide o caso do ex-governador de São Paulo João Doria, que viu a sua cair 18% em seis meses.
2 - O campo democrático está dividido, bastante, aliás, vide Lula e Marina Silva, vide Lula e Ciro Gomes e outros exemplos que podemos dar.
Isso sem contar com o imponderável.
Eleição – ainda mais esta – é sempre difícil de prever.
Giro VEJA - segunda, 2 de maio
A gafe de Lula e o avanço do presidente junto ao eleitorado paulista são os destaques do dia
Ex-presidente disse que Bolsonaro “não gosta de gente, gosta de policial”. Frase foi como um presente para o ex-capitão, que prometeu vagas em concursos públicos para os policiais federais e policiais rodoviários federais.