A falta de definição sobre as candidaturas majoritárias tem adiado os planos de grupos políticos que aguardam o martelo ser batido para colocar a pré-campanha nas ruas da capital federal.
Do campo da esquerda, um dos principais personagens – o Partido dos Trabalhadores (PT) – ainda não sabe se lançará candidatura própria ao Palácio do Buriti ou se fechará aliança com algum aliado, como Leandro Grass (PV) ou Rafael Parente (PSB), por exemplo.
Caso os petistas selem acordo com Grass – como é a tendência atual –, Rafael Parente precisará buscar reforço nos chamados partidos de centro. Por isso, o pré-candidato tem intensificado as articulações com o senador José Antônio Reguffe (União Brasil), tido como o principal nome do referido campo ideológico, e também com a senadora Leila Barros (PDT), ambos com a possibilidade de disputar o governo local.
O grupo, contudo, ainda aguarda a palavra final de Reguffe sobre o caminho que pretende trilhar nas eleições de outubro deste ano. Numa possível mudança de planos sobre o Buriti, aliados tentarão assumir a principal cabeça da chapa.
De um lado, Rafael Parente espera atrair o apoio do senador e dos cinco partidos aliados, já que o congressista tem aparecido numa posição bem competitiva na disputa pelo governo local. Por outro, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) também espera assumir a liderança no processo eleitoral, mas teria que convencer cada uma das siglas.
“A gente tem intensificado as conversas com o centro. Temos conversado muito com a Leila [Barros] e com o Reguffe e pretendemos caminhar juntos. A parceria está oficializada”, garante Parente.
Conversas
Numa eventual desistência de Reguffe para o GDF, o acordo seria para que o nome mais bem avaliado nas pesquisas – Leila ou Rafael – seja escolhido para a disputa ao governo. Da mesma forma, os partidos aliados teriam que chancelar a decisão.
A falta dessa definição também cria outro impasse no grupo político do senador filiado ao União Brasil. A tendência de Paula Belmonte de assumir a candidatura ao governo, além de ter a necessidade da fiança dos cinco partidos, criará embate com o senador Izalci Lucas (PSDB), também pré-candidato assumido ao GDF.
Nacionalmente, os tucanos firmaram uma federação com o Cidadania, o que representa uma aliança eleitoral para outubro. Isso implica no lançamento de uma única candidatura ao Buriti das duas siglas.
Izalci descarta desistir da campanha majoritária para dar a vez para a deputada Paula Belmonte. “Estamos trabalhando para fazer uma ampla aliança para derrotar o atual governo. As opções das vagas da chapa majoritária dependerão dos entendimentos. Mas não abrirei mão da candidatura ao GDF”, cravou.
Fator inesperado
Outros partidos preferem esperar a decisão judicial sobre um inesperado retorno do ex-governador José Roberto Arruda (PL) ao tabuleiro de xadrez da política local.
O ex-governador apresentou ao STF habeas corpus, alegando que os crimes pelos quais responde são de natureza eleitoral, e que, portanto, deveriam ser julgados na Justiça Eleitoral.
A intenção do ex-governador é resgatar sua elegibilidade para tentar retornar ao Palácio do Buriti, segundo aliados. Atualmente, ele não pode se candidatar por ostentar condenação em Corte colegiada.
“Em qualquer um desses cenários, nós do PTB aguardaremos a orientação da direção nacional do partido, mas ouviremos todos os nossos candidatos. Com a orientação nacional, a decisão ficará sob nossa responsabilidade”, afirmou Paulo Roriz, presidente regional da sigla.
Procurada pela imprensa, a senadora Leila Barros e a deputada federal Paula Belmonte, mas ambas não retornaram os contatos feitos pela reportagem.
Da mesma forma, o senador Reguffe não foi localizado. Fontes próximas ao congressista, no entanto, garantem que as conversas sobre a provável candidatura dele ao Buriti estão “mais avançadas do que nunca”.