Só nos quatro primeiros meses deste ano, as 29 unidades do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Cras) já prestaram 123.172 atendimentos. O público é composto por pessoas em vulnerabilidade social que procuraram o serviço e passaram por uma escuta qualificada durante a qual foram identificadas as necessidades da família. No dia do Assistente Social, comemorado neste domingo (15), são homenageados os profissionais que se empenham nesse trabalho.
Gestora do Cras, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) registrou, em 2021, 284.090 atendimentos desse tipo. “Primeiro, nós recebemos aquela demanda específica que a família traz; depois vamos verificar a renda, as condições que aquela família vive, a moradia, se já tem acesso a benefícios sociais e políticas públicas”, informa a assistente social Fernanda Mendes de Oliveira, gerente do Cras Varjão. “A partir daí, traçamos uma estratégia integral para tirar aquela família da situação de vulnerabilidade, se precisa de acompanhamento, se os integrantes da família podem ser encaminhados ao serviço de convivência. É um atendimento integral.”
Desafios
Com a pandemia de covid-19, a partir de 2020, os assistentes sociais tiveram que se reinventar para manter os atendimentos. “Passamos a fazer atendimento pelo telefone, por vídeo, fazer acompanhamento pelo WhatsApp, e utilizamos todas as estratégias possíveis para não deixar as famílias desassistidas”, lembra Fernanda Mendes.
“Em vez de reduzir os atendimentos por causa das dificuldades trazidas pelo isolamento e o risco de contágio, nós aumentamos”, afirma a assistente social Kariny Alves, da Sedes. “Em 2020, foram 261.946 atendimentos. Em 2021, 284.090. Neste ano, vamos superar e muito esse número. Isso mostra a garra dos nossos profissionais da assistência social, não só assistentes sociais, porque é uma equipe multidisciplinar. Mas, neste domingo, Dia do Assistente Social, quero fazer um agradecimento especial aos meus colegas de profissão, profissionais tão importantes na garantia de direitos a essas famílias vulneráveis.”
Kariny foi subsecretária de Assistência Social da Sedes nos dois últimos anos, durante toda a fase mais crítica da pandemia. “Nossa demanda aumentou com a crise gerada pela covid-19”, lembra. “Esses números mostram que temos uma demanda grande de famílias que passaram a depender do Estado, mas também que estamos ampliando nossos atendimentos e fortalecendo a política de assistência social. É um número positivo e aponta que há possibilidade de 2022 ser ainda melhor”.
Mais servidores
A secretária adjunta de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, reforça que, em meio às dificuldades, o DF possui, atualmente, a maior rede de proteção social do país. “Nos últimos dois anos, nós empossamos mais de 800 novos servidores aprovados no último concurso da Sedes, e isso faz diferença lá na ponta, no atendimento aos cidadãos”, diz.
A gestora também aponta a mobilização da equipe para pensar novas estratégias, sem colocar em risco os servidores e a população em meio à pandemia: “Criamos o Cartão Prato Cheio e criamos um novo sistema de agendamento online que acabou com as filas na porta das unidades e permite dar prioridade aos casos mais urgentes. Agora temos equipes volantes para atender as famílias vulneráveis que moram em áreas mais isoladas”.
Fernanda Mendes vê o novo sistema de agendamento como um avanço. “As pessoas têm a garantia de que serão atendidas”, ressalta. “Pode demorar um pouco porque a demanda é alta, mas elas não precisam mais dormir na porta do Cras, aglomerar na fila, pegar dois, três ônibus para ir até o Cras sem a garantia de atendimento, para, muitas vezes, não conseguir nem pegar senha. Agora, elas têm a dignidade de ter dia e horário de atendimento. Os indicadores de vulnerabilidade também têm sido fundamentais. Hoje, nós conhecemos a nossa lista de espera”.
*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social