O fazendeiro e ex-prefeito de Unaí Antério Mânica foi condenado nesta sexta-feira (27/5) a 64 anos de prisão por ter sido um dos mandantes dos assassinatos de três auditores fiscais do Ministério do Trabalho e de um motorista, em 2004. A chacina de Unaí aconteceu em 2004.
Após quatro dias de julgamento, Mânica foi condenado pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Minas Gerais. O Ministério Público Federal apontou, na acusação, que o ex-prefeito foi um dos mandantes do quádruplo assassinato, em 28 de janeiro de 2004, na zona rural do município mineiro.
Em novembro de 2015, o ex-prefeito havia sido condenado a 100 anos de prisão pelo duplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, mediante paga e sem possibilidade de defesa das vítimas. Contudo, em 2018, a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) anulou a condenação e determinou a realização de novo julgamento, atendendo a recurso interposto pela defesa do réu.
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho comentou a decisão em nota.
Leia a íntegra:
O fazendeiro Antério Mânica foi novamente condenado pelo mando do homicídio dos Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e do motorista Ailton Pereira de Oliveira, no episódio conhecido como Chacina de Unaí. O julgamento, que ocorre desde o dia 24 de maio na Justiça Federal em Belo Horizonte, acaba de terminar.
No fim do quarto dia de julgamento e depois de quase três horas reunido, o Conselho de Jurados proferiu o veredicto pela condenação e a juíza Raquel de Vasconcelos leu a sentença, que determina a pena de 64 anos de reclusão. No entanto, como é réu primário, Antério tem direito de recorrer da sentença em liberdade.
Nesses quatro dias de julgamento, Auditores-Fiscais de todo o País e dirigentes do SINAIT permaneceram em vigília, com atos de protesto, em frente à sede do tribunal.
Para o presidente do SINAIT, Bob Machado, a condenação de Antério Mânica traz alívio para todos e é o resultado de muito trabalho e luta para que o crime não caia no esquecimento e para que a justiça seja feita.
Para a diretora Rosa Jorge, que acompanha o caso desde o início, a segunda condenação de Antério é uma vitória da justiça contra a impunidade. “A nossa luta segue para exigir que as penas sejam cumpridas, com a prisão de todos os mandantes e intermediários que continuam em liberdade até hoje”, garantiu.