Recuando de uma estratégia mais conciliadora junto ao STF, Daniel Silveira permanece se recusando a colocar a tornozeleira eletrônica. E o faz por dois motivos.
O primeiro segue estratégia jurídica: ao colocar a tornozeleira, o deputado alega que daria vazão à tese de que, mesmo após o indulto concedido por Bolsonaro, estaria sujeito a punições, como a inelegibilidade.
Acatar a determinação de Moraes, avalia, enfraqueceria o principal argumento de sua defesa, que pleiteia a extinção das punições.
O segundo motivo pelo qual Silveira peita Moraes segue a lógica eleitoral. O parlamentar acredita que o atrito é bem visto pelo eleitorado bolsonarista, e espera, com isso, concentrar o voto ideológico na disputa ao Senado.
A defesa de Silveira aposta que, seja qual for a posição do STF, o deputado poderá se lançar candidato ao Senado, tendo em vista que uma decisão final, após todos os recursos, só sairia depois de outubro.