11/06/2022 às 07h30min - Atualizada em 11/06/2022 às 07h30min

Defesa diz ao TSE não se sentir prestigiada em discussão sobre urna

Em ofício enviado para o TSE, general Paulo Sérgio diz que Forças Armadas não estão se sentindo "prestigiada" em grupo de transparência

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, enviou novas considerações sobre as urnas eletrônicas ao TSE na tarde desta sexta-feira (10/6).

Em ofício obtido pela coluna, o general manda uma série de recados para os ministros da Corte.

No trecho mais forte, Nogueira chega a afirmar que as Forças Armadas não estão se sentindo prestigiadas por seu trabalho no grupo de transparência das eleições.

“Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE”, afirma Nogueira no ofício.

O ofício é um novo capítulo das divergências entre a Justiça Eleitoral e os militares, convidados pelo então presidente do TSE, Edson Fachin, para participar da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE).

Desta vez, além do Ministério enviar novas sugestões, que não foram divulgadas até o momento, faz também uma série de reclamações. Em especial sobre a forma com que o TSE conduz os debates sobre a segurança do pleito.
Nogueira diz que a Justiça Eleitoral parece não querer “aprofundar” a discussão “técnica” sobre a segurança das urnas eletrônicas, principal reclamação do presidente Jair Bolsonaro.

“Até o momento, não houve a discussão técnica mencionada, não por parte das Forças Armadas, mas pelo TSE ter sinalizado que não pretende aprofundar a discussão”, afirma.
No documento, Nogueira ainda pede novas rodadas de discussões entre as equipes técnicas dos militares e do TSE.

“Neste ponto, assinalo que as divergências que ainda persistam podem ser dirimidas com a pretendida discussão entre as equipes técnicas”, explica.

Observadores internacionais

Nogueira também trata da vinda de observadores internacionais como garantia de segurança no pleito. No ofício, ele diz que a medida “não basta” por causa do caráter eletrônico da eleição brasileira.
“Destaca-se que, por se tratar de uma eleição eletrônica, os meios de fiscalização devem se atualizar continuamente, exigindo pessoal especializado em segurança cibernética e de dados. Não basta, portanto, a participação de “observadores visuais”, nacionais e estrangeiros, do processo eleitoral”, afirma.

No fim, o general diz que não interessa “concluir o pleito eleitoral sob a sombra de desconfiança dos eleitores”.
“Por fim, encerro afirmando que a todos nós não interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores. Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de respeito aos eleitores”, diz.


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