A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados está dividida sobre a permanência do partido no governo Michel Temer (PMDB). O grupo conhecido como "cabeças pretas", formado por jovens parlamentares do baixo clero, pressiona a cúpula da sigla a entregar imediatamente os cargos tucanos.
O movimento "rebelde" ganhou uma adesão de peso: o deputado Carlos Sampaio, vice-presidente jurídico do partido. "O presidente Michel Temer perdeu as condições mínimas de governabilidade", disse o parlamentar.
Diante do avanço do grupo, o senador Tasso Jeiressati, presidente interino do PSDB, foi chamado para acalmar os ânimos. O dirigente ouviu vários discursos exaltados. A ideia é ganhar tempo para articular uma saída política unificada e escolher um nome para disputar a eleição indireta.
Em outra frente, jovens lideranças do PSDB que ganharam força nas eleições municipais pressionam pelo rompimento com Temer. Para o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, "há um desejo da base do PSDB, de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e alguns federais de sair da base do governo".