Na terça-feira (21/6), hospitais da rede pública do Distrito Federal receberam lote de 3.870 comprimidos do primeiro medicamento aprovado para tratamento de covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Adquirido pelo Ministério da Saúde, o Barictinibe será utilizado no tratamento de pacientes adultos em estado "intermediário" da doença. Isso significa que pacientes que estão conscientes, sem complicações adicionais, mas que necessitam de suporte de oxigênio, podem receber o medicamento. O tratamento envolve um comprimido por dia ao longo de duas semanas ou até a alta médica.
De acordo com o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi, o objetivo é otimizar a recuperação do paciente, reduzir o tempo de internação e diminuir a necessidade de leitos de UTI. O lote foi encaminhado para os hospitais regionais da Asa Norte, Guará, Taguatinga, Samambaia, Ceilândia, Brazlândia, Gama, Planaltina, Sobradinho e Paranoá, e não haverá distribuição em farmácias como tratamento preventivo ou para casos leves.
A médica infectologista Lívia Vanessa Ribeiro, coordenadora da Câmara Técnica de Covid-19 da Secretaria de Saúde, explica que o Baricitinibe atua para evitar uma piora nos quadros inflamatórios. Segundo ela, nos pacientes com necessidade de oxigênio suplementar, seja por cateter ou máscara, o medicamento pode atuar reduzindo a atividade inflamatória, bem como a necessidade de ventilação mecânica ou a evolução para óbito.
Utilização
O medicamento já era usado no Sistema Único de Saúde para tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica e, no início de abril, foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para uso no tratamento da covid-19. Outros remédios como corticoides e anticoagulantes já são utilizados no tratamento da doença.