Julho de 2021 - A Feira Central de Santa Maria, que por vários anos ficou conhecida pelo pejorativo apelido “feira do priquito” continua sendo uma das questões mais polêmicas da cidade por ser um espaço que tinha tudo para funcionar de direito e de fato. Porém, muito falta para que ela venha a ser um ponto atrativo de direito e de fato.
De acordo com o atual presidente da Associação dos feirantes de Santa Maria, Jorge Alexandre, “Fazer a feira e ser feirante”. Mas, com programas de incentivo dos órgãos públicos, em especial da Administração Regional e da deputada da cidade, direcionados a uma organização compartilhada reunindo atrativos que despertem o interesse do feirante em prestar um serviço de qualidade aos consumidores dos seus produtos, bem como tornar a feira um espaço em que realmente “ali a gente se encontre”.
Para falar sobre esse tão batido assunto que é a “reforma da feira” em sua totalidade, abrimos o espaço ao presidente da categoria Jorge Alexandre citar nessa entrevista, aquilo que a categoria espera durante e após tal reforma.
CSM: O que há de concreto nessa verba que vem para a Feira de Santa Maria e qual seu real valor?
Jorge Alexandre: O valor não está definido. Foi liberado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) o valor de trinta e cinco (35) milhões de reais para nove (9) feiras do distrito Federal incluindo a feira de Santa Maria. Por enquanto, aqui para a nossa feira estima-se o repasse de seis milhões e quatrocentos mil reais (6.400,000, 00), mas, depende agora da abertura do processo de licitação pela Novacap, que por sinal, já conta com alguns meses de atraso
CSM: A Novacap e a administração Regional acolheram alguma sugestão dos feirantes?
Jorge Alexandre: Tivemos a felicidade de elencar vinte e cinco (25) itens que são necessários em uma feira. Destes, nos perdemos um que foi sobre as placas fotovoltaicas, que aumentaria os custos, pois, elas custariam em torno de cinco (5) milhões de reais, e inviabilizaria a obra,
Os outros vinte e quatro (24) itens que constam uma Unidade do Na Hora, Praça de Alimentação perfeita e bem localizada com palco e camarim e muitos outros benefícios como loja de conveniência, fraudaria, sala de administração da RA XII e da feira. Estamos contentes porque conseguimos convencer o governo para que nesse projeto fossem inseridos esses vinte e quatro (24) itens que consideramos de bom tamanho para a feira.
A partir daí, com o Na Hora, nos vamos alavancar a freqüência de pessoas na feira. Com esse pessoal cadastrado nesse banco de dados funcionado com a feira plena, não vai se justificar essa perda de divisas tanto para o Gama quanto para o Pedregal. Então, de uma vez por todas o slogan “Aqui a gente se encontra” sai do letreiro para a realidade.
CSM: Qual é a participação da administração Regional no processo da reforma da feira?
Jorge Alexandre: A Administração acompanhou nos ajudando na parte em que cabia a questão de negociar entre o próprio gabinete da parlamentar da cidade, como também na Novacap.
CSM:: Após a reforma, os poucos feirantes que ainda trabalham no local serão reconduzidos aos seus boxes ou terão que passar pelo processo licitatório?
Jorge Alexandre: O certo seria que eles fossem reconduzidos em função de já possuírem o documento de ocupação de seus boxes expedidos pela Secretaria das Cidades. No entanto, há muitas falhas do Estado em relação a isso.
Porque, se houver uma licitação vai haver muita injustiça, porque não teremos condições de recuperar esses feirantes que irão abrir o espaço para quem vai chegar aqui de pára-quedas. Para quem não sabe os antigos feirantes com licitação ou não, merecem ser contemplado após a reforma, por uma lógica que existe no IDHAB, ou seja, uma temática, que permite não prejudicar aqueles que estiveram nas feiras roendo o osso durante todo esse tempo
CSM: Existe algum cadastro ou levantamento de pessoas que poderão estar ocupando os boxes da nova feira caso não ocorra à licitação?
Jorge Alexandre: Sugerimos um banco de dados relacionando todas as atividades e pessoas interessadas, em seguida avaliar essas pessoas para ver se realmente tem capacidade administrativa ou capacidade empreendedora, para no caso elas possam entrar dessa forma matemática que seria justo, a partir do momento em que já estivessem atuando na feira. Pois, o que precisamos na feira é de feirantes com atividades diversas, mercadorias de qualidade e bom preço.
Acontece que, por já estarmos á com esse histórico de uma feira morta propomos ao Estado fazer o diagnóstico da nossa feira e que está sendo encaminhado agora pela Secretaria de empreendedorismo, por sinal um fato inédito por verificar como alavancar o sucesso da feira, orientando tanto o feirante quanto a Administração Regional a se comportar, para que esse capital fique retido na cidade, não permitindo que ele vá para a feira do Gama ou Pedregal, nossas fortes concorrentes.
CSM: Qual a é a previsão que foi dada para o início e entrega das obras?
Jorge Alexandre: Estamos torcendo para que no início de agosto já saia à licitação. Pois, o prazo para uma licitação gira em torno de 90 dias. Imagine; setembro, outubro e novembro..., a gente vai chegar a dezembro sem iniciar essas obras, o que vai rolar para 2022, o que é perigoso em função do período de confrontação eleitoral.
Foto do que seria a faraônica entrada da Feira Central
Na época dessa matéria, eu disse ao Jorge que "JAMAIS ESSE PROJETO SAIRIA DO PAPEL e que ele iria cantar a música: "ENTREI DE GAIATO NO NAVIO!"