15/07/2022 às 05h49min - Atualizada em 15/07/2022 às 05h49min

Testemunha-chave para prisão de Valério Neves nega ter falado sobre mandante de crime

Funcionário de uma fazenda próxima ao local do crime registrou escritura pública em que nega dados que deram base à prisão de Valério Neves

Testemunha-chave para a prisão do ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Valério Neves, o caseiro Edilson Francisco da Silva, 37 anos, registrou escritura pública em que nega ter falado sobre suposto mandante do crime ou dos autores dos assassinatos de Jorque Ramos e Roniel Alves.
 
Valério foi detido no Lago Sul, em Brasília, na última terça-feira (12/7), pela Polícia Civil de Goiás. Segundo as investigações, o ex-secretário-geral foi suposto mandante do duplo homicídio, que teria sido motivado pela construção de uma cerca que invadia parte da fazenda de Valério no município de Cavalcante (GO), a cerca de 310 quilômetros do DF.
 
O autor do crime, ocorrido em 11 de fevereiro de 2020, em Goiás, seria Antônio Cardoso de Miranda – que era funcionário da fazenda de Valério – e o irmão dele, Divino Reno Cardoso de Miranda, que está foragido.
 
Uma das peças fundamentais da investigação é o depoimento do funcionário de uma fazenda próxima ao local onde ocorreu o duplo homicídio. À polícia o caseiro admitiu ter dito a uma terceira pessoa que Antônio e Reno praticaram o crime encomendado. Ele ainda afirmou que sua motocicleta foi usada durante os assassinatos.
 
Porém, no dia 13 de abril de 2022, em Alto Paraíso (GO), a testemunha foi ao cartório do município goiano registrar Escritura Pública Declaratória em que nega as afirmações que constam no depoimento à polícia. No documento, o caseiro diz que não tem conhecimento da autoria dos crimes: “Nunca afirmei a ninguém que os homicídios foram praticados a mando de qualquer pessoa”.
 
O homem ainda negou ter declarado a uma terceira pessoa que Antônio e Reno praticaram os crimes. Ele também não confirmou que sua motocicleta tenha sido usada nos assassinatos. “A motocicleta, semelhante a supostamente utilizada no crime, foi furtada em meados de novembro de 2019, no município de Colinas do Sul, e somente foi recuperada em Niquelândia (GO), em julho de 2020”, diz trecho da escritura.

 

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