Testemunha-chave para a prisão do ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Valério Neves, o caseiro Edilson Francisco da Silva, 37 anos, registrou escritura pública em que nega ter falado sobre suposto mandante do crime ou dos autores dos assassinatos de Jorque Ramos e Roniel Alves.
Valério foi detido no Lago Sul, em Brasília, na última terça-feira (12/7), pela Polícia Civil de Goiás. Segundo as investigações, o ex-secretário-geral foi suposto mandante do duplo homicídio, que teria sido motivado pela construção de uma cerca que invadia parte da fazenda de Valério no município de Cavalcante (GO), a cerca de 310 quilômetros do DF.
O autor do crime, ocorrido em 11 de fevereiro de 2020, em Goiás, seria Antônio Cardoso de Miranda – que era funcionário da fazenda de Valério – e o irmão dele, Divino Reno Cardoso de Miranda, que está foragido.
Uma das peças fundamentais da investigação é o depoimento do funcionário de uma fazenda próxima ao local onde ocorreu o duplo homicídio. À polícia o caseiro admitiu ter dito a uma terceira pessoa que Antônio e Reno praticaram o crime encomendado. Ele ainda afirmou que sua motocicleta foi usada durante os assassinatos.
Porém, no dia 13 de abril de 2022, em Alto Paraíso (GO), a testemunha foi ao cartório do município goiano registrar Escritura Pública Declaratória em que nega as afirmações que constam no depoimento à polícia. No documento, o caseiro diz que não tem conhecimento da autoria dos crimes: “Nunca afirmei a ninguém que os homicídios foram praticados a mando de qualquer pessoa”.
O homem ainda negou ter declarado a uma terceira pessoa que Antônio e Reno praticaram os crimes. Ele também não confirmou que sua motocicleta tenha sido usada nos assassinatos. “A motocicleta, semelhante a supostamente utilizada no crime, foi furtada em meados de novembro de 2019, no município de Colinas do Sul, e somente foi recuperada em Niquelândia (GO), em julho de 2020”, diz trecho da escritura.