Preso pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (22/7), em Belo Horizonte, capital mineira, Ivan Rejane Fonte Boa Pinto (foto em destaque), 46 anos, gravou vídeo no qual coloca em destaque a data de 7 de setembro de 2022 e ameaça nominalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Sumam do Brasil. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo”, disse.
Conhecido como Ivan Papo Reto, o homem também fez ameaças ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros políticos de esquerda, e acabou preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ivan tentou resistir à prisão, mas acabou sendo levado pelos agentes.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ivan Pinto foi candidato a vereador da capital mineira em 2020, com o nome de Ivan Papo Reto, pelo PSL (hoje, União Brasil). Ele não conseguiu se eleger. Teve apenas 189 votos.
Antes de ser preso, ele publicou um vídeo em que debocha de Moraes.
Em outro vídeo que circula pelas redes sociais ele diz: “Se eu fosse vocês, Barroso, Fux, Fachin, Moraes, Lewandowski, Mendes, eu ficava nos Estados Unidos, em Portugal, na Europa, na puta que te pariu. Até vocês duas, vadias, Cármen Lúcia e Rosa Weber. Sumam do Brasil”.
Além da prisão, Moraes determinou a busca e apreensão de “armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos” em poder de Boa Pinto.
Moraes ainda mandou o Twitter, YouTube e Facebook bloquearem as redes sociais do ex-candidato e que o Telegram feche um grupo que ele administrava. A prisão de Ivan foi decretada na quarta-feira (20/7) após pedido da Polícia Federal.
Além de Lula e os ministros do STF, o homem ameaça, no vídeo que circula nas redes, Gleisi Hoffmann (PT) e Marcelo Freixo (PSB). “Anda de segurança armada na rua que nós, da direita, vamos começar a caçar você [Lula]. Caçar você, caçar Gleisi Hoffmann, esse Freixo, frouxo do caralho. Todos eles que te cercam, vagabundo.”
Ele também convoca outras pessoas de direita a se juntarem para “expulsar do Brasil esses juízes corruptos e essa esquerda nefasta”.
“Esses elementos demonstram uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”, destacou Moraes na decisão.
A Polícia Federal, que solicitou ao ministro a prisão de Boa Pinto, afirmou que ele utiliza canais da rede (YouTube, Facebook, Twitter) e aplicativos de mensagem para “mandar um recado para a esquerda brasileira”, cooptando apoiadores com o fim de “caçar” e de “praticar ações violentas dirigidas a integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico e a ministros do Supremo”.