27/08/2022 às 12h39min - Atualizada em 27/08/2022 às 12h39min

Casal é expulso de clube ao levar lanche para filho autista no Entorno do DF

A criança, de 4 anos, tem seletividade alimentar e, por isso, os pais levaram alimentos específicos. Mas, enquanto estavam na piscina, foram convidados a se retirar do parque

Darcianne Diogo
CORREIOWEB
Fato ocorreu no Águas Correntes, na Cidade Ocidental - (créditoS: Material cedido ao Correio)


Um casal do Distrito Federal foi expulso do clube Águas Correntes Park, localizado na Cidade Ocidental (GO), após entrar com alguns alimentos restritos e destinados ao filho autista, de 4 anos. A situação ocorreu nessa quinta-feira (25/8) e, em entrevista ao Correio, o pai e a mãe contaram que se sentiram constrangidos e injustiçados com o ocorrido. Nas redes sociais, a direção do parque aquático publicou uma nota de esclarecimento informando que vai apurar os fatos.
 
Caroline Cavalcante, 41, e Bruno Augusto, 35, são moradores da Asa Norte. Eles buscavam por um clube atrativo e que pudesse atender as necessidades do filho Daniel. Por meio de boas indicações e pelas redes sociais, o casal decidiu ir ao Águas Correntes, distante cerca de 40km do Plano Piloto. Por ser autista, a criança tem seletividade alimentar e não come qualquer tipo de alimento.
 
O site do parque informa que está proibida a entrada de alimentos e bebidas em geral, panelas, vasilhas e caixas térmicas. Mas, segundo a mãe, o clube havia sido comunicado da condição de Daniel com antecedência. Quando a família chegou ao local, apresentou o documento de identidade da criança com a informação de que ele era autista e mostrou o kit de lanche. “Ele come poucas coisas e aceita os alimentos de acordo com a embalagem. Por exemplo, suco de uva ou biscoito. Na portaria, tivemos que deixar vários itens. Tínhamos levado dois salgadinhos e só entramos com um. O suco, eu levei quatro, mas só entramos com um”, relatou a publicitária.
 
Expulsão
O casal e o filho chegaram por volta das 11h ao clube e ficaram por pouco menos de duas horas. Bruno Augusto, marido de Caroline, conta que foi abordado e repreendido por um segurança. “Ele disse que eu não poderia levar comida e eu expliquei a situação dizendo que havíamos comprovado tudo. Cheguei a ir na lanchonete do local, mas lá não tinha os alimentos que meu filho consome”, disse.
 
Pela segunda vez, enquanto estavam na piscina com o filho, o funcionário do clube retornou e falou novamente que a entrada de alimentos não era permitida. De acordo com o casal, o segurança agiu de forma ríspida e grosseira. “Meu marido disse que não ia devolver as comidas e, de maneira humilhante, mandou a gente se retirar. Foi uma situação constrangedora. Buscamos a direção do clube, mas não tinha ninguém lá. Foi uma equipe totalmente despreparada e sem um gestor para mediar aquele conflito”, desabafou Caroline.

 


Lanche levado pela família ao clube
 
Pelas redes sociais, o Águas Correntes Park veiculou que apura os fatos para adotar as medidas necessárias ao esclarecimento e correção das políticas internas. “Informamos ainda que repudiamos qualquer ato discriminatório e que estamos empenhados em corrigir possíveis falhas e prestar o melhor atendimento possível.” Por fim, a empresa pediu desculpas à cliente.


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