A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) realizaram, nesta quinta-feira (8/9), uma vistoria técnica para avaliação de risco de colapso estrutural no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Setor Bancário Norte. Os técnicos mantiveram o acesso do público ao prédio restrito até segunda-feira (13/9).
O risco de queda foi descartado, mas, como não encontraram a causa para o tremor sentido pelos funcionários, de forma preventiva, o público está impedido de adentrar o local. O prazo é para que a equipe técnica apresente estudo e encontre a causa dos tremores, além de uma verificar, minuciosamenta, toda a estrutura da edificação.
Em caso de indicação de risco a partir do laudo, será reavaliada a necessidade de interdição.
A vistoria desta quinta foi acompanhada por engenheiros do Incra e da Universidade de Brasília (UnB). Foram observadas fissuras em alvenaria e no revestimento próximo a junta de dilatação, na área da garagem. O tenente-coronel Gabriel Motta de Carvalho, coordenador de operações da Defesa Civil, afirmou que não há risco iminente de queda. “Aqui já têm um engenheiro e um arquiteto do Incra, que têm um contrato com a UnB que visa uma reforma no prédio. Ele não apresenta problemas de segurança graves. São pequenas fissuras, monitoradas”, afirmou.
Entre esta quinta-feira e a próxima segunda, as equipes técnicas do Incra e da UnB vão realizar novos testes e apresentar documentos para a Defesa Civil, que vai avaliar os resultados para liberar ou não o prédio. “Fizemos uma vistoria em todos os elementos estruturais, que estavam exatamente como eram antes. Têm algumas suspeitas, um andaime pode ter batido no prédio e causado o tremor. Para ter segurança, vamos notificar, pedir um novo relatório e avaliar”, disse o tenente-coronel.
O Incra informou que, por dia, cerca de 600 pessoas, entre servidores e público em geral, circulam pelo local. O instituto tem contrato de manutenção do prédio e um Termo de Execução Descentralizada com a UnB que realiza o acompanhamento técnico das estruturas. “Os técnicos já foram acionados no dia de hoje para realizarem uma vistoria. Enquanto isso acontece, a Autarquia optou pela liberação de servidores e colaboradores para trabalho remoto. Aguardamos a vistoria técnica para adotarmos qualquer medida futura”, informou a instituição.
“As patologias observadas são as mesmas já monitoradas pela equipe técnica que realiza estudo para reforma da edificação, não sendo encontrada nenhuma fissura ou inconformidade técnica nova. Ressaltamos que não há risco de colapso estrutural iminente”, diz a Defesa Civil em nota.
Uma das pessoas que teve que deixar o prédio foi Nilson Raposo, 65 anos, funcionário do Incra. “Nós, do meu andar, no 17°, sentimos o tremor entre 10h e 10h30. Um sentiu, outro não. Como era quase a hora do almoço, fui almoçar. Quando voltei, 11h e alguma coisa, já tinha aumentado o agito, começado a aglomeração”, conta.
Com mais funcionários sentindo a estrutura do edifício balançar, se iniciou a evacuação. “Foi por volta de 13h. Gente correndo, dizendo ‘vamos embora’. Já tinham entrado em contato com a administração, que acionou o bombeiro. Foi um certo desespero, ver um prédio grande, antigo, tremer”, diz. Nilson ainda relata ter visto fotos de rachaduras no prédio.