10/09/2022 às 05h33min - Atualizada em 10/09/2022 às 05h33min

Ajoelhado em semáforo, jovem pede socorro: “Quero trabalho, não dinheiro”

 

Não muito distante do Plano Piloto, uma cena de cortar o coração chamava a atenção de quem transitava pelo Pistão Sul, em Taguatinga, na noite dessa quinta-feira (8/9). Desempregado desde fevereiro, Ailton Santos, 24 anos, se ajoelhou diante de carros parados em um semáforo, em um ato desesperado. O pedido era de socorro, por uma oportunidade de emprego. Prostrado, o jovem carregava consigo uma faixa onde era possível ler a frase: “Venho aqui não [para] pedir dinheiro, mas sim um trabalho”.

Natural de Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, Ailton, deixou a cidade natal para tentar a vida no Distrito Federal. Na capital federal, ele trabalhou na área de serviços gerais e como porteiro de prédio, cargo do qual foi dispensado após um novo síndico assumir a gestão do condomínio e indicar outra pessoa para a posição. Desde então, o rapaz diz ter procurado por recolocação no mercado de trabalho, mas, até agora, sem sucesso. Foi em uma atitude de desespero que fez o rapaz ir às ruas, à procura de oportunidades.
 
“Não estamos com nada aqui em casa. É até difícil falar porque não temos se quer um quilo de arroz, um feijão, ovo pra comer com farinha. Nada! Durante esse tempo em que estou desempregado, eu e minha esposa vendemos nossa TV e o berço do bebê para pagar o aluguel, que vencerá amanhã (10/9), e comprar alimentos. Não está sendo fácil. Fui para a frente do Taguatinga Shopping para ver se alguém me ajudava. Aí tem vezes que a gente se desespera tanto que eu cheguei a me ajoelhar”, declarou Ailton.

O bebê o qual Eduardo se refere é o filho dele, atualmente com 4 meses. À reportagem o rapaz falou que chegou a Brasília há alguns anos. Sem parentes ou conhecidos na capital, passou fome e precisou dormir na Rodoviária do Plano Piloto. Quando foi contratado no primeiro emprego, conseguiu pagar um aluguel para sair das ruas. Entre um “bico” e outro, adquiriu alguns móveis e começou uma família, mas recentemente precisou vender tudo para sobreviver durante o período em que está desempregado.

“Foi a forma que encontramos para sobreviver. Vendemos tudo e não temos mais nada. Até a geladeira é emprestada, mas a mulher que emprestou sempre liga, querendo ela de volta. É desesperador!”, afirma o baiano.
 
Apesar de precisar de ajuda para comprar alimentos, fraldas, pagar aluguel e contas de luz e água, por exemplo, o rapaz garante que o que precisa, neste momento, é de um trabalho digno. “Primeiro, o que eu mais estou precisando é de um trabalho digno, de carteira assinada. Segundo, de alimentação, né? Para mim, para a minha esposa e para o meu filho, que está sem leite ou fralda”, disse Ailton, que conta, ainda, que a esposa não conseguiu produzir leite para alimentar o bebê.

Quem tiver interesse em ajudar Ailton a conseguir uma vaga de emprego, pode acioná-lo pelo telefone (61) 99516-3086 , que também é a chave Pix dele
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