A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou, nesta sexta-feira (16/9), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ação na qual pede a suspensão da propaganda veiculada pelo programa eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo conteúdo afirma que o petista “não foi inocentado” das acusações de corrupção.
A campanha de Bolsonaro mostra diversas reportagens de televisão e de diferentes veículos de imprensa que noticiaram as condenações do ex-presidente pela Lava Jato e pelo então juiz Sergio Moro. O intuito é contestar a “inocência” de Lula.
Em julho de 2017, Moro condenou o petista a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
Em abril de 2021, porém, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reconhecer a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar processos do petista no âmbito da Lava Jato. Com isso, a Corte deliberou pela anulação das condenações de Lula, o que o tornou apto a concorrer nas Eleições 2022.
Nas imagens da campanha bolsonarista, a narradora afirma que “estão tentando fazer você acreditar numa mentira. Não podemos permitir”. “A pior e maior mentira desta eleição foi dizer que Lula foi inocentado”, acrescenta a peça, divulgada nessa quinta-feira (15/9).
Sergio Moro, que disputa o senado pelo União Brasil no Paraná, compartilhou a propaganda eleitoral de Bolsonaro para também atacar Lula e dizer que as mãos do petista “estão sujas”.
“Nosso trabalho na Lava Jato foi reconhecido em todo o mundo. Bolsonaro mostra pro Brasil o que tenho falado aqui: Lula não foi inocentado nem absolvido. Suas mãos estão sujas. Por isso quero ser Senador pelo Paraná. Não vamos permitir a volta do sistema da corrupção e do PT”, disse.
Direito de resposta
A equipe jurídica do ex-presidente Lula afirma que “a propaganda visa degradar e ridicularizar o candidato à Presidência, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva;
A campanha de Lula também solicitou ao TSE o direito de resposta para que possa refutar as alegações colocadas pela peça apresentada, em sistema de rádio e televisão, por Bolsonaro.
Petista contra-ataca
Durante uma entrevista coletiva em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta sexta, o ex-presidente Lula atacou o presidente Bolsonaro e afirmou que o chefe do Executivo federal decreta sigilo de 100 anos para esconder ações possivelmente criminosas de aliados.
“Eu quero saber o que tem de tão escondido que você decreta quando a CPI investiga o trabalho do governo na compra da vacina e descobre que tinha uma quadrilha de corrupção. O que ele faz? Decreta sigilo de 100 anos para o ministro amigo dele, para investigação da rachadinha, da denúncia contra os filhos”, disse.